Curado da leucemia, Petrov voltou a ser contaminado pelo vírus da bola
Búlgaro passou três anos lutando contra a doença. Esqueceu a bola. Curado, um dos maiores jogadores da história do seu país planeja volta ao futebol como técnico
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Por três anos, Stiliyan Petrov não quis saber de futebol. Tinha outras prioridades. Um dos maiores jogadores búlgaros da história estava preocupado em ficar curado da leucemia que quase acabou com sua vida.
– Mesmo depois que me livrei da doença, não queria mais me envolver com o futebol. Eu descobri que tinha tempo para ser pai, para ser marido. Para ficar bem comigo mesmo – disse Petrov, 37 anos, em entrevista ao LANCE!.
Diagnosticado com leucemia em 2012, teve de abandonar o futebol. Ficou depressivo ao descobrir a necessidade de largar a profissão pela qual havia sacrificado tanto. Não conseguiria ajudar o Aston Villa a acabar com jejum de títulos ou classificar a Bulgária para a Copa do Mundo. Tinha de cuidar da fundação que criou para ajudar pessoas com a doença.
– O tratamento mexe com você, tanto no físico como no emocional. Você se sente fraco e é como se estivesse morrendo. É difícil ficar confiante. Mas há saída, há cura – ele completa, repetindo o conselho que oferece a todos que o procuram com o mesmo problema.
No ano passado, o vírus da bola voltou a incomodá-lo. Justo quando ele tinha esquecido a vida no futebol, apareceu um convite para atuar pelo Wychall Wanderers, equipe amadora. Petrov não queria ir. Foi uma vez e não parou mais.
– Nasceu o desejo de ser técnico. No início era uma ideia. Hoje é objetivo. Quero estudar antes de aceitar qualquer convite.
Petrov não quer ser apenas treinador. Deseja ser treinador do Aston Villa, o clube inglês em que atuava quando teve de se aposentar. O campeão europeu de 1982, que entrou em declínio até ser rebaixado da Primeira Divisão na última temporada. Em todos os jogos, no minuto 19, a torcida se levanta e aplaude no Villa Park. Era esse o número da camisa de Petrov.
– Eu quero voltar, mas sei que futebol não é um esporte sentimental. Ninguém vai se preocupar com o meu passado se os resultados não forem bons. Eu quero dirigir o Villa. Tenho de retribuir o que recebi – completa o ex-meia, infectado de novo pelo futebol.
ROTINA
Petrov já recebeu um convite oficial. O Nuneaton Town o queria como técnico. A equipe está na sexta divisão do futebol inglês. O búlgaro agradeceu, mas recusou. Não estava na hora e, mesmo que estivesse, não planeja iniciar pelo futebol amador.
– Eu tenho de ser honesto comigo mesmo. Não quero assumir um compromisso para o qual não estou pronto. Não quero enganar ninguém – explica o ex-meia.
Petrov não tem mais tempo para o supérfluo. Se for para aceitar um emprego no qual não acredita, prefere continuar lendo sobre assuntos que o interessaram no período de recuperação da doença. Gosta de livros sobre economia. É curioso sobre energias renováveis. Para estar preparado, recomeçou os curso da Uefa para receber diploma de técnico. Ele havia iniciado quando ainda era atleta profissional, em 2011.
Ele chegou a flertar com a ideia de voltar a ser jogador. Participou da pré-temporada com o Aston Villa, mas não conseguiu receber uma oferta de contrato. Percebeu que era melhor não entrar por essa estrada.
– Está tudo bem. Não fiquei muito chateado. Claro, é questão de orgulho. Queria ouvir que ainda era bom o bastante para fazer o que sempre fiz na minha vida. Mas é óbvio que ninguém passa por um problema de saúde como o que eu tive e continua como antes – afirma.
A fraqueza ficou no passado em parte por continuar com dieta planejada pela sua mulher. Cortou açúcar totalmente. Excluiu alimentos com cacau, carne vermelha, refrigerantes. Todos os dias toma uma mistura vegetais. Cenoura, Brócolis e beterraba, batidos no liquidificador.
– No início era ruim, mas me acostumei. Realmente, dá mais forças.
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