Após polêmica, COB aprova número de 12 atletas em votações da entidade
Proposta que amplia representação dos esportistas é aceita por unanimidade em novo encontro na sede do Comitê. Cartolas voltaram atrás depois de pressão até do governo
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Em nova reunião para deliberar sobre a participação dos atletas, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) aprovou nesta quarta-feira, por unanimidade, a alteração em seu estatuto que garante 12 votos de esportistas na Assembleia Geral, o que inclui a eleição presidencial.
A mudança, em vigor já no mesmo dia, era esperada após a pressão sofrida por um grupo de dirigentes que aprovou a restrição do número a apenas cinco, em 22 de novembro. Até o mês passado, somente uma pessoa, o presidente da Comissão de Atletas, podia votar pela classe.
– Na primeira Assembleia, eu disse que seria importante que eles (dirigentes) mostrassem uma abertura da representação. Não fui ouvido. Fui criticado, como se estivesse cobrando. Depois de tudo aquilo, passou por unanimidade. Isso poderia ter sido evitado, poderia ter sido feito antes. Foi desgastante – disse o judoca Tiago Camilo, presidente da Comissão de Atletas, que terá nas Assembleias a companhia dos 11 mais votados abaixo dele no pleito que o elegeu para o cargo, em abril deste ano.
Os demais com poder de voz, alguns aposentados, são: Yane Marques (pentatlo moderno), Duda Amorim (handebol), Beatriz Futuro (rúgbi), Emanuel (vôlei de praia), Fabiana Murer (atletismo), Poliana Okimoto (maratona aquática), Arthur Zanetti (ginástica), Thiago Pereira (natação), Fabiano Peçanha (atletismo), Emerson Duarte (tiro esportivo) e Bruno Mendonça (hóquei sobre a grama).
No novo encontro, estiveram presentes 22 presidentes de confederações, cinco representantes de cartolas ausentes, Tiago Camilo e o ex-jogador de vôlei Bernard Rajzman, que vota por ser membro do COI.
A Confederação Brasileira de Tênis (CBT) não compareceu. Os representantes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e da Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno (CBPM), Leonardo Ferraz e Helio Meirelles Cardoso, respectivamente, chegaram atrasados e não puderam participar.
Diante do consenso, o presidente da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo (CBTE), Durval Balen, um dos que voltou atrás após a pressão, pediu que o recurso da Confederação Brasileira de Rúgbi (CBRu), cujo voto acabou impugnado na Assembleia anterior, não fosse apreciado. A solicitação foi aceita por Sami Arap Sobrinho, presidente do Conselho Consultivo da CBRu.
– Passou-se o tempo, amadureceu-se e mudou-se de opinião. Não tem nada demais. Houve um entendimento por parte deles. Houve um consenso. Esta é a imagem que fica gravada – disse o presidente do COB, Paulo Wanderley, responsável pela convocação da nova Assembleia, mas sem poder de opinar.
A votação do mês passado sobre o tema deveria ter ficado empatada em 15 a 15. Assim, caberia a Wanderley, dar a palavra final. Mas o voto de Eduardo Mufarej, presidente CBRu, foi anulado. Ele saiu mais cedo do encontro, devido a um compromisso pessoal. Antes, declarou aos presentes sua posição favorável ao número de 12, que corresponde a um terço do colégio eleitoral.
Por sugestão do presidente da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM), Alaor Azevedo, acatada pela maioria, a posição de Mufarej havia sido invalidada. A proposta de limitar a cinco nomes partiu de Durval Balen.
No mesmo dia, entidades como a Atletas pelo Brasil, a Sou do Esporte e a própria Comissão de Atletas do COB iniciaram protestos na redes sociais. O Ministério do Esporte também cobrou uma revisão do regulamento. O órgão do governo federal ameaçou cortar o repasse de verbas públicas às confederações.
Este foi o único ponto de discussão no novo estatuto. O restante do texto, que impõe, por exemplo, menos restrições para quem quiser ser presidente do COB, já havia passado sem desentendimentos.
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