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Magic Paula diz que nunca aceitaria trabalhar na CBB

No segundo trecho da Entrevista da Semana, ex-jogadora fala sobre a crise recente no basquete feminino e também na gestão da confederação

Veja alguns momentos marcantes da carreira de Magic Paula
imagem camera<br>Jogadora foi campeã mundial e medalhista olímpica com a Seleção Brasileira &nbsp;(Foto: Arquivo Lance)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 18/02/2016
20:43
Atualizado em 19/02/2016
12:05

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Nos últimos meses, o basquete nacional andou errando a cesta em seus arremessos. Carlos Nunes, presidente da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), foi alvo de denúncias de má gestão. E a Seleção feminina foi alvo de um boicote dos clubes que disputam a Liga de Basquete Feminino (LBF), o que causou até o boicote de algumas jogadoras ao evento-teste da Olimpíada Rio-2016, no mês passado. E a opinião da ex-jogadora Magic Paula sobre todos estes problemas é bastante crítica.

Neste segundo trecho da entrevista concedida pela campeã mundial e vice-campeã olímpica ao LANCE!, Paula diz que há uma crise moral no basquete feminino brasileiro, e que nunca assumiria um cargo na CBB.  E, na Olimpíada Rio-2016, ela aposta suas fichas na equipe masculina.

Como você está vendo essa crise no basquete feminino do Brasil?
A gente vive uma crise moral e eu fico me perguntando se não tem um conselho fiscal para fazer algo na CBB. A coisa está rolando como uma bola de neve e a cada ano a gente vê uma dívida ainda maior. A questão do feminino nunca mudou, sempre foi assim. Lá atrás, chegamos a boicotar a confederação, pela falta de interesse da entidade pelo feminino. Nunca teve alguém assumindo o feminino de fato. Mas eu sinto também que as meninas, nos últimos 15 anos, não se preocupam com o que está acontecendo. Entra ano, sai ano, sempre o mesmo discurso, que estamos renovando ou que não jogamos fora, e ainda reclama-se da troca excessiva de técnicos. Mas se elas não se mobilizarem e chegarem a dizer que estão pensando, fica um discurso muito cômodo. A gente tem que ter um respeito pelos clubes, pois se não fossem por eles, não tinha mais o basquete feminino no Brasil. Só que eles fizeram a pressão de um jeito impositivo. Quiseram um colegiado dos seis clubes e eles iriam escolher o técnico. Peraí, é dar a cabrita para tomar conta da horta, me desculpe.

Você aceitaria, se fosse convidada, assumir um cargo na CBB ou até ser presidente?
Não, porque assinaria embaixo de uma coisa que acho que está toda errada. É esquecer tudo o que fizeram, da forma como estão conduzindo o negócio, e fingir que não aconteceu nada. Não vou lá ser integrante de algo que não concordo.

"Será uma competição difícil no masculino (na Rio-2016), mas vejo com muito mais chance de se dar bem do que o feminino. Quero que elas queimem a minha língua, porém não vejo as meninas indo muito adiante na Olimpíada"

Qual sua expectativa em relação às seleções masculina e feminina de basquete nas Olimpíadas?
Acho que o masculino tem mais chances. Em Londres escapou por pouco e não foi tão ruim, pois vinha de um processo de 16 anos longe das Olimpíadas. E nem tinha tanto merecimento assim, os dirigentes não fizeram nada para isso. Mostrou que tem qualidade e vamos chegar com o pessoal da NBA um pouco mais amadurecido, deixando de ser coadjuvante. O próprio Leandrinho entendeu qual era o papel dele dentro do time. A gente vê o Raulzinho, Huertas, eles virão com uma bagagem. E o Rubén Magnano é um cara que tem o time na mão. Será uma competição difícil no masculino, mas vejo com muito mais chance de se dar bem do que o feminino. Quero que elas queimem a minha língua, porém não vejo as meninas indo muito adiante na Olimpíada. Para avançar aos mata-matas, dependerá de quem irá enfrentar na primeira fase.

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