O gol de Gignac que abriu o placar para o Tigres contra o Internacional é algo raro na Libertadores. Foi apenas o segundo jogadro francês que marcou na Libertadores, o primeiro havia sido Trezeguet pelo Newell's Old Boys em 2014 contra o Nacional do Uruguai.
A presença de europeus no maior torneio de clubes da América do Sul é um pouco incomum, mas ultimamente é algo mais frequente. Em 2014, foram oito que jogaram a Libertadores, com destaque para os espanhóis, com seis. A maioria jogou por clubes bolivianos, sendo dois do Bolívar.
A história dos gringos do velho continente por aqui não é nova, o tcheco Christian Rudzky foi campeão em 1969 pelo Estudiantes e fez gol na semifinal contra a Universidad Católica na derrota por 3 a 1 em Santiago.
Em 1971, o espanhol Juan Manuel Bazurko Ulazia foi companheiro do lendário artilheiro Spencer no Barcelona, do Equador. Cerca de 30 depois o Flamengo teve o sérvio Dejan Petkovic no elenco contra a Universidad Católica na derrota por 3 a 1 no Maracanã. Ele ainda jogaria a Libertadores, já veterano, em 2010.
Com jogos e gols pela seleção espanhola, Daniel Guiza foi um dos mais conhecidos a chegar ao continente para jogar pelo Cerro Porteño. Em 2008, Guiza foi o artilheiro de La Liga, o campenato espanhol, com 27 gols pelo Mallorca. Foi o último jogador do país a conseguir ser 'Pichichi', o artilheiro do torneio. A boa fase rendeu a transferência para o Fenerbahçe, na então contratação mais cara do futebol turco. Jogou as duas últimas Libertadores com o Cerro Porteño.
Além dele, o compatriota Fran Mérida fez seis partidas e deu uma assistência com o Atlético-PR na edição passada. Assim como Marc Crosas, do Santos Laguna, do México. Pelo Bolívar, jogaram Capdevilla, Eduardo Moya Castillo, Juan Callejón, irmão de José Callejón, ex-Real Madrid. Não é a primeira vez que o clube investe em europeus, em 2010, André Saraiva defendeu o clube contra o Juan Aurich, do Peru. Ainda na Bolívia, Juan Quero jogou pelo Oriente Petrolero contra o Nacional e nesta temporada Ruben de la Cuesta Vera defendeu o Universitario Sucre, aos 33 anos.
Gignac foi o grande salto de qualidade. Tirando Petkovic, Guiza e Trezeguet, os europeus que jogaram a Libertadores passaram longe de trazer algo diferente para a competição. O francês foi vice-artilheiro do campeonato francês e, diferentemente de todos os outros, chega no auge da carreira. O gol contra o Internacional e as boas oportunidades criadas são provas disso.