Ser campeão com o goleiro como herói não chega a ser novidade pelos lados da Pompéia. Novidade, porém, é comemorar o título após gol do próprio goleiro. Fernando Prass escreveu seu nome da história do clube ao pegar um pênalti e converter o decisivo. É gol. É festa no Allianz Parque, ou melhor, no chiqueiro.
Falando apenas de títulos nacionais, o Palmeiras tem tido heróis improváveis. Nada parecido com o começo da década de 1990, época em que craques da era Parmalat decidiam os jogos.
Em 1993, o Verdão conquistou o Brasileiro contra o Vitória na final, vitória por 2 a 0. Os gols? Evair e Edmundo. O Matador abriu o placar aos 4 do primeiro tempo e o Animal fechou aos 23 da mesma etapa.
A vontade de vencer e fazer história fez o time buscar reforços e conquistar o bicampeonato em 1994, contra o maior rival, o Corinthians. No jogo decisivo, empate por 1 a 1 no Pacaembu, com mais uma exibição de gala de Rivaldo, que estava do outro lado em 1993.
Os torcedores esperaram quatro anos até comemorar outro torneio nacional e veio com o inédito título da Copa do Brasil. Comandado por Felipão, o Palmeiras tinha Velloso, Roque Júnior, Cléber, Júnior, Galeano, Alex e Zinho, mas os heróis foram Paulo Nunes e Oséas, autores dos gols na decisão contra o Cruzeiro no Morumbi.
Em 2000, o Verdão levou a Copa dos Campeões contra o Sport no estádio Rei Pelé, em Maceió. Com um time modesto, os responsáveis pelo troféu foram Alberto e o colombiano Asprilla.
Depois de um hiato de 12 anos, o Palmeiras voltou a ser campeão nacional, outra vez na Copa do Brasil, outra vez com Felipão. Embora a campanha tenha terminado com o título invicto, os torcedores jamais esquecerão que nada teria acontecido sem Marcos Assunção e Betinho.
Fernando Prass agora faz parte desta lista de ídolos e heróis. Depois de defender pênalti contra o Fluminense, ele fechou o gol na Vila Belmiro e foi impecável no Allianz Parque. Ano que vem tem Libertadores, como todos sabem, e goleiro do Verdão na Libertadores vira santo.