Clubes do interior mineiro vivem incertezas com contratos e calendário
A parada do campeonato pode forçar várias equipes a dispensarem seus jogadores. O Patrocinense já rescindiu com todo o seu elenco e deverá remontar seu time do "zero"
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A parada do Campeonato Mineiro por conta da pandemia do coronavírus está afetando Atlético-MG, América-MG e Cruzeiro, que buscam alternativas para caminhar durante essa crise mundial. Todavia, o trio da capital tem calendário garantido até o fim da temporada e terão chances de recuperar possíveis prejuízos.
Inclusive, a trinca Galo, Coelho e Raposa colocou seus atletas de férias coletivas até 20 de abril como medida para amenizar os danos da crise nas equipes.
Não é caso das equipes do interior em a maoria monta seus times apenas para a competição estadual, tendo vínculos com os atletas para durar no máximo até o mês de abril, quando termina o torneio.
A paralisação do Mineiro, prevista inicialmente até 30 de abril, pode inviabilizar a permanência dos atuais elencos de boa parte dos 12 times da elite mineira,sendo que um deles, o Patrocinense já dispensou todos os seus jogadores e até a comissão técnica, alegando que não teria condições financeiras de arcar com o time além do mês de abril.
O time de Patrocínio já havia deixado a vaga na Série D do Brasileiro, herdada pelo Villa Nova, também por questões financeiras. Se o campeonato voltar, a equipe do interior terá de recorrer a um novo time, provavelmente montado por jovens.
Os únicos clubes, dos considerados pequenos, que estão em uma situação mais confortável com o seu elenco são o Coimbra, de Contagem, na região metropolitana de BH e o Boa Esporte, de Varginha.
O caçula da primeira divisão mineira tem contrato com seus jogadores até junho, o que dá uma margem pequena mais segura, caso o campeonato demore mais a retornar. Já a Coruja está tranquila, pois o vínculos dos seus jogadores vai até o fim do ano devido a disputa da Série C do Brasileiro. Porém, a equipe também vai pensar em medidas para amenizar os impactos financeiros desses dias sem jogos.
Villa Nova e URT em situação complicada
Outras duas equipes do Campeonato Mineiro também apresentaram problemas com a parada da competição. Villa Nova e URT. O Leão se posicionou e disse que irá suspender os contratos dos seus jogadores, mas pagará a folha de salários referente a março no início do mês de abril. Porém, o time de Nova Lima irá parar suas atividades até que a situação seja solucionada.
A URT também vive um drama, pois todo o elenco do “Trovão Azul” tem vínculo com a equipe de Patos de Minas até o fim de abril. A presidente do time, Maria Isabel Pimenta ainda vai definir o que fazer com essa incerteza no calendário.
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-Os contratos da URT tem vigência até 30.04.2020. Os atletas estão em casa por enquanto. Só na próxima semana que vamos avaliar essa situação e também conversar com eles sobre essa paralisação. No momento o clube permanece fechado conforme decreto municipal-disse Maria Isabel ao LANCE!. A dirigente revelou que terá de contar com os parceiros do clube para manter os compromissos.
-Com certeza essa será a parte mais difícil para todos os clubes(a financeira). Vamos depender dos nossos parceiros- concluiu.
Uberlândia manterá o elenco por enquanto
Consultada, a assessoria do Uberlândia comunicou que por enquanto o clube irá manter o elenco, pois ainda aguardava nova posição da FMF(Federação Mineira de Futebol) sobre o calendário do Estadual.
Caldense indefinida e apreensiva
Na quarta colocação do Campeonato Mineiro, a Caldense não sabe como lidar com a parada do campeonato ainda. Seu elenco tem vínculo com a Veterana até 26 de abril, ou seja: antes do possível retorno oficial proposto pela FMF. Com esse cenário, o time de Poços de Caldas ainda não sabe o que fazer para manter seu elenco até o retorno do Mineiro.
Tombense e Tupynambás tem calendário cheio, mas preveem prejuízos
O Tombense, vice-líder do Estadual, e o Tupynambás, lanterna, ambos da Zona da Mata Mineira , estão em partes opostas na tabela, mas não terão de encerrar os contratos com seus atletas, pois ambos estarão em ação no segundo semestre, com o time de Tombos na Série C e a equipe de Juiz de Fora na Série D do Brasileiro.
Todavia, o Tupynambás terá de rever seu planejamento, pois o time que disputa o Mineiro tem acordo até o fim de abril e não era certo que todos ficassem para a Série D.
-Todos os contratos dos times do interior, incluindo o Tupynambás, acabam em abril. Um novo contrato precisa ter no mínimo três meses e, com este período de pré-temporada, quatro meses, para fazer mais dois jogos. Nós temos a Série D, a gente pode fazer nova equipe que possa ser aproveitada. Mas a competição deve começar a partir de agosto e, neste caso, seriam mais quatro meses de folha de pagamento. Os clubes não estão dispostos a arcar com isso. Não é culpa dos clubes. Como diz o governo, é calamidade pública-disse o vice-presidente de futebol do Baeta, Cláudio Dias.
Porém, os dois rivais regionais já começam a pensar nos prejuízos financeiros, já que não terão renda, nem ações para aumentar as receitas dos clubes.
-– A gente não pode treinar, de acordo com as recomendações dos órgãos de saúde. Colocamos os atletas para fazer as atividades em casa. Com relação a prejuízos, os clubes vão se organizar e ver o que têm de carta na manga, cada um com seus recursos, e determinar o que vai ser feito. Esperamos que passe logo. Estamos tranquilos nesta parte- disse Lane Gaviolle, presidente do Tombense.
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