"Jorge Jesus ficou magoado com os dirigentes do Flamengo". "Jorge Jesus está pensativo se deve aceitar comandar outro clube brasileiro". "Jorge Jesus está reticente com a proposta do Atlético-MG".
A peregrinação pelo técnico português, que existe, em maiores ou menores doses, desde o dia em que deixou o Rubro-Negro e foi para o Benfica é cansativa e mostra que existe uma hipervalorização de um personagem de atitudes questionáveis.
Dentro da (justa) badalação em relação a Jesus, que orquestrou um semestre mágico à frente do Flamengo, há também a vantagem de não ter ficado uma temporada completa no futebol brasileiro.
Abel Ferreira, que conquistou duas Libertadores pelo Palmeiras em um ano, viu seu nome pichado no Allianz Parque por três vezes desde que chegou ao Verdão.
Em entrevistas coletivas, Jesus esbanja a prepotência de quem não sabe lidar com críticas. No mercado, as negociações são sempre repletas de idas e vindas, valores astronômicos e respostas a sem clareza.
Jesus é um treinador de valor e seria ótimo tê-lo trabalhando no Brasil. Mas não é o único com qualidades, e os clubes que o veem como sinônimo de sucesso não podem se tornar reféns do seu nome como uma sombra à espera do próximo técnico demitido num time de grande expressão.
Jesus deve voltar ao futebol brasileiro, cedo ou tarde, porque seu fracasso em Portugal deve limitar as oportunidades na Europa. Mas, até lá, convém tratar Jesus como se deve: um técnico que merece respeito, e não o messias milagroso.
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