O anúncio do Atlético-MG sobre o corte de 25% dos salários de funcionários(os que ganham até R$ 5 mil não terão mudanças nos vencimentos), atletas e comissão técnica para gerar economia ao clube durante paralisação do futebol causada pela pandemia de coronavírus, gerou um comentário do técnico Jorge Sampaoli. O treinador alvinegro entendeu a medida do Galo, classificando-a como acertada.
-Ninguém se salva sozinho. Isso acontece no mundo, em uma sociedade, em uma equipe ou em um clube. A realidade indica que um momento de entender o que está acontecendo e colaborar. Decidimos diminuir nosso salário. Isso vai além de ser solidário ou não: existe uma situação no planeta que se reflete na situação do clube e, como sou privilegiado, posso contribuir para tentar superá-la da melhor maneira- disse o treinador.
O argentino aproveitou sua fala para pedir que as pessoas com melhores condições materiais sejam solidárias neste momento de dificuldades vividas pelo mundo.
-Em um mundo de desigualdades, acredito que todos os privilegiados devem ajudar quem mais precisa. Espero que possamos sair desta pandemia transformados para melhor. É essencial cuidar de nós mesmos, de forma conjunta- disse.
Explicações e possibilidades de demissões no Galo
O presidente Sérgio Sette Câmara explicou como será feita a redução nos salários dos colaboradores atleticanos.
-Vou te dar um exemplo, a pessoa ganha R$ 6 mil, então o R$ 5 mil não mexe. O R$ 1 mil que ele ganha a mais vai sofrer uma redução de 25%. O que o Galo vai fazer em relação a todos os funcionários? Mês de março, CLT, estamos em dia com o pagamento de salário, mês de março, CLT, vamos pagar normalmente. A imagem, que vence dia 20, nós vamos pagar também integralmente, e as férias, que foram dadas aos jogadores de 20 dias, também serão pagas integralmente. Essas não têm desconto, a partir do dia 21 que essa regra começa a valer-disse em entrevista à rádio 98FM.
De acordo com o mandatário alvinegro, 77% dos funcionários não sofrerão com a redução, mas haverá chances de demissões para quem não aceitar a redução de salários que pode aliviar o caixa do clube.
-Nós temos que passar por essa crise sem deixar o Atlético destroçado financeiramente e ao mesmo tempo preservando a grande maioria dos empregos. Esta medida será a partir dos R$ 5 mil e não atinge 77% dos nossos colaboradores-disse, para comentar sobre as possíveis demissões.
-Em primeiro lugar, eu penso em defender o clube, eu não fico muito preocupado se o atleta chiou ou não chiou, se o funcionário chiou ou não chiou. Se alguém tiver insatisfeito, pode me comunicar que a gente faz o desligamento, não tem problema nenhum. O que eu tenho que defender em primeiro plano é o Clube Atlético Mineiro- comentou o presidente que confirmou a saída de funcionários nos clubes de lazer, Vila Olímpica e na Cidade do Galo.
-Infelizmente, nós vamos ter que fazer alguns ajustes também na nossa folha com algumas pequenas demissões. Não tem jeito, a gente tem que ajustar, e essa medida foi muito estudada, pensada, discutida com pessoas de alto nível-concluiu.