O Athletico-PR ficou em situação extremamente complicada depois de ser dominado e goleado pelo Atlético-MG por 4 a 0 no primeiro jogo da final da Copa do Brasil. Agora, caberá ao Furacão tentar a maior virada da história da competição, já que este também foi o jogo com mais diferença no placar entre as equipes na decisão. O problema é: a equipe, hoje treinada por Alberto Valentim, só conseguiu quatro gols de diferença uma vez na temporada, na despedida de Lucho González.
Criado em 1989, o torneio, até então, tinha a marca de nenhum clube ter eito mais do que dois gols de vantagem na final, seja no primeiro ou no segundo duelo. O Atlético-MG, inclusive, é o primeiro clube a marcar quatro vezes. Grêmio, duas vezes, Cruzeiro, Coritiba e Sport, uma cada, eram os únicos que tinham balançado a rede três vezes em jogo decisivo.
O placar de quatro ou mais gols é algo que o próprio Athletico teve dificuldades de fazer na temporada. Aconteceu apenas na última rodada da fase de grupos da Sul-Americana, na vitória por 4 a 0 diante do Aucas (EQU), na Arena da Baixada. Nas outras vezes que marcou quatro gols, foram dois 4 a 1 contra Fluminense, fora, e com o América de Cali (COL), no Paraná, além de dois 4 a 2 com a LDU (EQU), esses dois últimos novamente pela Sula, e diante do Grêmio.
DÁ PARA SE INSPIRAR?
Como o próprio técnico Alberto Valentim já admitiu, a virada é muito complicada para o Athletico-PR, que tem pela frente um dos melhores times do país - se não o melhor. Mesmo assim, o futebol já mostrou que é imponderável e há na história alguns exemplos a se inspirar. Na Europa, vale lembrar do épico 6 a 1 do Barcelona no Paris Saint-Germain após sofrer um 4 a 0 na ida, pela Liga dos Campeões em 2017.
No Brasil, pela Série C de 2016, o ABC fez 4 a 0 em casa no jogo de ida e encaminhou a vaga na final da competição. Em Campinas, porém, o Guarani conseguiu o milagre e venceu por 6 a 0. Mas, se há algum tipo de alento aos torcedores do Furacão, o próprio Galo já sofreu com uma virada assim em sua história, na final da Copa Conmebol de 1995.
Naquela época, o Atlético fez 4 a 0 no Rosário Central (ARG) em partida no Mineirão e levou uma ótima vantagem para o confronto de volta. Na Argentina, porém, a equipe fez 3 a 0 já no primeiro tempo, o que assustou os brasileiros. O empate saiu aos 43 do segundo tempo e levou o duelo para os pênaltis. Mesmo com Taffarel, que defendeu um, debaixo das traves, os argentinos acabaram campeões.
Na história da Copa do Brasil, algumas das viradas mais marcantes são a do próprio Atlético-MG por 4 a 1 sobre o Flamengo após perder por 2 a 0 na ida em 2014, além de um 5 a 2 do América-RN para cima do Fluminense em pleno Maracanã após um 2 a 0 no primeiro confronto, também em 2014. Em 2005, o Corinthians também conseguiu a classificação depois de perder por 3 a 0 para o Cianorte, mas fez 5 a 1 em casa.
O Athletico-PR encara essa dura missão na próxima quarta-feira, às 21h30, na Arena da Baixada. Para ser campeão, precisa vencer o Atlético-MG por cinco gols de diferença. Caso faça quatro, o duelo vai para os pênaltis.