OPINIÃO: ‘Por um futebol que saiba acolher mais a democracia’
Iniciativas como a do Bahia são um fio de esperança em tempos de elitização e hostilidade. É hora de cartolas entenderem que clubes não são 'do povo' só nos números do Ibope <br>
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O Bahia precisou de apenas um minuto para trazer um alento a torcedores de todos os cantos do país. Em vídeo divulgado pelo Tricolor baiano na semana passada, a rotina de um jogo de futebol em uma rua na periferia tornou-se o ponto de partida para o clube combater preconceitos e abraçar de uma vez só toda a sua torcida.
Como bem destacou Martín Fernández em sua coluna em "O Globo", a campanha #BahiaClubedoPovo é abrangente em todos os setores. Os planos de sócio-torcedores têm preços acessíveis e, além de garantir ingressos para todos os jogos na Fonte Nova, dão espaço para que eles tenham poder de decisão nas futuras eleições do Tricolor baiano.
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❤️ "Se a gente se unir, dá tudo certo. Ainda dá tempo, véi".
— Esporte Clube Bahia (@ECBahia) 21 de maio de 2019
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Só que o Bahia foi além: desde o ano passado, tem se notabilizado por levantar bandeiras importantes em seus uniformes. O combate à LGBTfobia, ao machismo e à intolerância religiosa, o destaque para a luta dos povos indígenas e a homenagem a negros (como Zumbi dos Palmares, Ganga Zumba, Gilberto Gil e Riachão) já desfilaram pelo gramado da Fonte Nova.
Iniciativas fortes como a do Bahia são um fio de esperança em tempos de elitização e hostilidade no futebol nacional. Não só para fazer com que os clubes deixem de tornar os preços ingressos e planos de sócios cada vez mais altos (lembrando-se de baratear os bilhetes apenas quando os times brigam para não cair), Mas também para que cartolas deixem de tratar com desdém seus torcedores, seja em entrevistas ou ao decidir o futuro do clube em uma eleição indireta.
É hora de cartolas entenderem que clubes não são do povo só nos números do Ibope. À medida que um time levanta bandeiras, reverencia lutas e acolhe seu torcedor,ratifica ainda mais sua grandeza e abre caminho para sua verdadeira origem: a democracia.
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