Após a derrota na Copa do Nordeste, o clima pesou de vez no Bahia. Inconformada com a situação ruim dentro de campo, a principal organizada se reuniu com jogadores e o presidente Guilherme Bellintani.
Assim que a reunião acabou, o mandatário do Tricolor compareceu a sala de imprensa e prestou esclarecimentos. Sem entrar em muitos detalhes, Bellintani garantiu que o papo foi tranquilo e classificou o Esquadrão de Aço como um time diferenciado.
‘Reunião ótima. Temos um contato, quando falo que o Bahia tem procurado ser um clube diferente até no momento de crise, é importante que a torcida demonstrou isso. Em vez de chegar para invadir, cometer algum ato mais agressivo, chegou para me encontrar. Procurou o clube, entendeu o momento, ouviu explicações. Passou mensagem de cobrança e apoio. Se a cobrança é feita com cuidado, pode ser incisiva, mas não violenta. Foi isso que aconteceu. Uma conversa de quase duas horas. O Bahia é um clube aberto. Preza pela conversa com a torcida. A cobrança foi firme. O torcedor não deixa de ser duro com o clube se cobra com educação e diálogo. Isso é o que precisamos para passar por essa dificuldade. Foi um saldo positivo’, explicou.
Além da conversa com a torcida, o presidente assumiu a responsabilidade e explicou o motivo de manter Enderson Moreira no cargo diante de tanta pressão.
‘Eu primeiro acho que o normal no futebol brasileiro, um treinador com os resultados que temos, pela expectativa criada, normal seria o treinador perder o emprego. O Bahia tem procurador agir de forma diferente. Quando a gente analisa os resultados, o automático, se tivesse um presidente populista, a reação seria a demissão do treinador. Mas temos que olhar os motivos do problema. Se não fizer uma mudança na origem do problema, será inócua. O Bahia tem olhado para longo prazo, mesmo que isso custe um desgaste. Não tenho dúvida que uma decisão de permanência do treinador quando todos esperavam a demissão é responsabilidade minha. O normal, o habitual, seria o desligamento. Mas vou dar dois ou três motivos que me levaram pela permanência. Primeiro, o trabalho que fez ano passado. Sei que temos um elenco mais fortalecido este ano, mesmo perdendo peças importantes. O pouco tempo da temporada é a segunda coisa. Temos 60 dias da temporada. Muito pouco tempo para tomar uma decisão, mesmo diante dos resultados que estamos tendo. A terceira coisa é a análise geral do trabalho. De ponta a ponta, a gente vê e tenho conversado com cada um, a sensação unânime de que o trabalho é um dos melhores já feitos no Bahia nos últimos anos. Há um caminho para que os resultados venham. Naturalmente a manutenção de resultados ruins força a visão de que, se continuar, teremos que mudar. O Bahia tem diálogo frontal com as pessoas. O treinador sabe que vive de resultados, mas, no Bahia, se os resultados demoram para acontecer isso não gera necessariamente uma avalição precoce do trabalho’, afirmou.
O Tricolor volta a campo no próximo domingo, contra o Jequié. Para garantir uma vaga na semifinal do estadual, o Bahia precisa vencer e torcer por um tropeço de Bahia de Feira, Vitória da Conquista, Vitória e Atlético de Alagoinhas.