Que a Bundesliga é um sucesso comercial sob todos os aspectos, isso todo mundo sabe. Estádios lotados até mesmo nos jogos de menor apelo, carnês de ingressos vendidos antecipadamente. O que pouca gente sabe é que a liga de futebol alemã, há dez anos, não era exatamente este "canhão" financeiro que é hoje.
Para se ter uma noção da valorização comercial dos times que disputam o campeonato alemão, foi durante a disputa da temporada 2011/2012 que a Bundesliga registrou uma marca impressionante: ultrapassou, pela primeira vez em sua história, os € 2 bilhões, o equivalente a R$ 6 Bilhões em receitas globais, incluindo nessa conta as transferências de jogadores. O faturamento global representou um aumento de cerca de € 140 milhões, que correspondem a pouco mais de R$ 426 milhões, uma variação da ordem de 16,3%, se comparada com o montante arrecadado na temporada anterior.
Os números que envolvem a Bundesliga impressionam cada vez mais, quando se considera que a entidade só quebrou a marca de € 1 bilhão (R$ 3 Bi) durante a disputa da temporada 2001/2002, o que significa dizer que a liga dobrou o seu faturamento em apenas uma década.
Na temporada passada, 14 dos 18 clubes alemães que compõem a liga apresentaram resultados financeiros superiores aos verificados durante as quatro temporadas anteriores. Embora as agremiações tenham registrado uma elevação no quesito despesas, as receitas também experimentaram um aumento, permitindo a manutenção do equilíbrio financeiro entre todas as equipes que participam do campeonato alemão.
Isso sem mencionar que o preço médio de um ingresso de uma partida do campeonato alemão custa a metade do preço cobrado na Premier League, da Inglaterra. Ainda assim, a receita dos clubes alemães com a venda de ingressos no dia dos jogos aumentou 21,3 % nos últimos quatro anos.
O que torna a liga alemã essa potência econômica é o equilíbrio. Nenhum clube alemão depende mais ou menos deste ou daquele patrocinador. As cifras se equivalem, o que difere é a receita com a venda de ingressos , o valor cobrado pela transferência deste ou daquele jogador. A Premier League e a Liga da Espanha dependem fundamentalmente do dinheiro arrecadado com a venda dos direitos de transmissão das partidas. Um negócio que corresponde de 45% a 60% de tudo aquilo que Arsenal, Chelsea, Barcelona e Real Madrid faturam.
Na Alemanha, a comercialização dos direitos de transmissão dos jogos e de mídia correspondem, em média, a 26% daquilo que faturam o Bayern de Munique, o Borussia Dortmund ou o Schalke 04. Estima-se que esse percentual sofrerá um reajuste para a próxima temporada, em razão do interesse despertado pelo desempenho esportivo do Bayern e do Borussia, respectivamente, campeão e vice da última edição da UEFA Champions League.
A média de telescpectadores na temporada passada foi de 44.293 torcedores por jogo, um aumento de 5,2 % em relação ao ano anterior. Em comparação com o resto da Europa , a Bundesliga continua à frente, por exemplo, da Premier League inglesa. O aumento de público presente nas arenas alemãs gira em torno, em média, de quase 10 mil espectadores a mais do que no período 2011/2012. Na Inglaterra, verificou-se o inverso: um recuo de aproximadamente 2% no número de torcedores presentes nas arenas em comparação à temporada 2010/2011. A média de público na Espanha ficou em 28.500 espectadores, na Itália (22.493) e na França (18,9 mil) .