Em busca de um alívio financeiro nas contas do Botafogo, o Comitê Gestor de futebol do clube deve negociar os medalhões Cícero e Carli qando o esporte for retomado. Uma das principais vozes na tomada de decisões no Alvinergo, Carlos Augusto Montenegro acredita que o clube dificilmente terá recursos para arcar com os altos salários dos jogadores experientes.
– Na paralisação vai ser difícil negociar, são dois excelentes jogadores, tenho muito carinho pelos dois, mas aí é uma questão de não ter dinheiro. Já conversamos com os representantes deles. É muito difícil termos recursos no segundo semestre para fazer frente ao compromisso com eles, de salários. Como vai ser, quando vai ser, se vão ter outros clubes interessados é outra história. Quando tudo começar vai ser uma briga de foice. Não é um desespero nosso, é uma realidade. E não é só por causa da pandemia, é desde o início do ano – explicou Montenegro, em entrevista ao canal do jornalista Venê Casagrande, na última segunda-feira.
O desejo de negociar os dois jogadores não chega a ser uma novidade e exiset bem antes da pandemia global do coronavírus. Desde o início do ano, o clube fala em enxugar a folha salarial como parte de um plano para viabilizar a implantação do modelo clube-empresa.
A chegada do treinador Paulo Autuori fez com que o zagueiro Joel Carli, antes visto como intocável, fosse menos utilizado entre os titulares. Desde 2016 no clube, o argentino tem vínculo com o Glorioso até janeiro de 2022. A quantidade de estrangeiros no elenco é outro ponto que conta a favor da saída do atleta de 33 anos.
No caso de Cícero, a diretoria conseguiu negociar, no início do ano, uma redução no salário por seis meses, quando o Botafogo já teria avançado no projeto S/A. O início de temporada do meia não foi dos melhores e com a paralisação do futebol, no retorno das atividades o clube será obrigada a arcar com o salário anterior do atleta de 35 anos, com contrato até dezembro.
Gustavo Bochecha pode ser emprestado
Montenegro também admitiu que o Comitê Gestor avalia o empréstimo do meia Gustavo Bochecha. Com contrato até dezembro de 2021, o jogador de 23 anos revelado na base do clube pode render mais caso passe um período longe do Alvinegro, na visão dos dirigentes.
– O Gustavo Bochecha já teve uns seis técnicos diferentes. Nenhum deles endossou o jogador no sentido de escalá-lo sempre no time titular. Nossa ideia é emprestá-lo, como fizemos com o Igor Rabello, para ver se ele se fortalece. Queremos que volte forte de cabeça, forte fisicamente, forte na dedicação e em todos os sentidos. Futebol ele tem, mas hoje em dia futebol sem estar com a cabeça boa, totalmente integrada, não adianta. Temos como exemplo o próprio Diego Souza. O jogador até produz, mas bem menos do que poderia. Não tenho nada contra o Bochecha, apenas ouço os técnicos. Temos que fazer alguma coisa – completou o ex-presidente.