O adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio para 2021, confirmado, nesta terça-feira, pelo primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, em acordo com o Comitê Olímpico Internacional (COI), deixa em compasso de espera a realização de um sonho do principal reforço do Botafogo para a temporada. Entre os vários motivos que pesaram na escolha de Keisuke Honda pelo Botafogo, estava a possibilidade ter uma sequência de jogos como protagonista da equipe até ser um dos três convocados acima de 23 anos para defender a seleção japonesa em casa.
O objetivo de disputar os jogos olímpicos, consta, inclusive, no contrato do jogador de 33 anos. Uma cláusula no acordo com o Glorioso, vigente até 31 de dezembro deste ano, permitia a rescisão, por qualquer uma das partes, após os Jogos Tóquio. Na coletiva de apresentação do japonês, dia 8 de fevereiro, ele foi questionado sobre o assunto.
— É apenas uma opção (a cláusula). Estou pensando em jogar no Botafogo. Se escolhi vir aqui é porque quero ficar no Botafogo pelo maior tempo possível. Se o time não foi tão bem na temporada passada, é uma motivação maior para subirmos todos juntos — disse Honda à época.
O empresário Marcos Leite, representante do atleta, confirmou ao LANCE!, nesta terça-feira, que o jogador está feliz no Botafogo e que recebeu a notícia de forma tranquila.
— Honda está super tranquilo com isso. O foco de todos agora é a saúde. Ele está muito contente no Botafogo — disse Leite.
O vice-presidente comercial e de marketing do Alvinegro, Ricardo Rotenberg, também foi na mesma linha.
—Honda está agora muito focado na quarentena e no Botafogo — disse o dirigente.
Tradição familiar
O sonho de disputar a Olimpíada em casa representava o desejo de Honda de
escrever o último capítulo pela seleção do Japão. Quarto maior artilheiro da história dos Samurais Azuis, com 37 gols em 98 jogos, o meia havia anunciado a aposentadoria dos jogos internacionais, após a eliminação da equipe para a Bélgica, na Copa do Mundo de 2018. A decisão seria, no entanto, repensada diante da possibilidade de ser um dos três atletas acima da faixa de sub-23 na competição que aconteceria no final de julho.
A família do ídolo alvinegro tem um histórico olímpico. Daisaburo, tio-avô de Honda, representou o Japão na canoagem C-2 nos Jogos de 1964, coincidentemente em Tóquio. Tamon, primo do meia, participou de três Olimpíadas - 1984 (Los Angeles-EUA), 1988 (Seoul-COR) e 1992 (Barcelona-ESP) em luta livre. Keisuke, portanto, seria a terceira geração da família Honda a participar de uma Olimpíada.
A ideia do japonês era ter uma sequência de jogos como protagonista no Glorioso, recuperar o futebol de alto nível e ser lembrado pelo treinador Hajime Moriyasu.