Você provavelmente ouviu ao áudio de um torcedor do Botafogo estressado com a aparência da fantasia de Biriba, o mascote do clube, durante a semana. O conteúdo viralizou na internet e chegou até mesmo ao Alvinegro, que se pronunciou nas redes sociais sobre o assunto.
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A questão é que Biriba vai além da fantasia de aparência familiar e do áudio que rodou durante a semana. O cachorro realmente existiu e, por toda a superstição que sempre marcou a história do Botafogo, foi importante para um título do Glorioso nos anos 40.
Era 1948. O Botafogo vivia um jejum de treze anos sem conquistar um Campeonato Carioca, mas aparecia bem colocado naquele ano. A campanha, contudo, ficou ameaçada em 28 de novembro, quando o Alvinegro perdia por 3 a 1 para o Flamengo, até que um vira-lata - cachorro sem raça definida - entrou no gramado e o jogo foi interrompido.
O animal foi retirado do campo minutos depois e a partida foi retomada. A questão é que, depois disso, relatos afirmam que o Botafogo dominou as ações do jogo e a virada chegou com certa facilidade: 5 a 3 para o Glorioso, que continuou rumo à final, onde derrotou o Vasco para dar fim ao jejum.
AMULETO DA SORTE
Biriba era o bicho de estimação de um dos jogadores daquele elenco do Botafogo e acabou 'fugindo' para dentro do gramado naquele clássico. Carlito Rocha, presidente do Glorioso à rocha, acreditou que a virada só foi possível pela entrada do cachorrinho dentro das quatro linhas.
A partir disso, Biriba foi 'adotado' pelo presidente e levado para todos os jogos do Botafogo naquele Carioca - inclusive entrando com a equipe no gramado no começo das partidas. E realmente deu certo... O vira-lata terminou 'invicto': com ele à beira do gramado foram 15 vitórias, dois empates e um título em cima do "Expresso da Vitória", um dos melhores times da história do Vasco.
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O cachorro, como não podia deixar de ser, era preto e branco e carregava, além da superstição, o Botafogo até na pele. Carlito Rocha fez questão de levar Biriba para todos os jogos que podia e isso chegou até a ser motivo de briga. No ano seguinte, os executivos do Vasco não queriam que o mandatário do Alvinegro levasse o cãozinho para um clássico.
O vira-lata veio a falecer em 1958, dez anos depois do Carioca que "teve participação" no título. Nesse período, o Alvinegro conquistou outro Estadual, em 1957, além de outros campeonatos de cunho municipal.
NA HISTÓRIA
Biriba está carimbado nos livros do Botafogo e foi adotado como um dos integrantes de um dos títulos mais marcantes da história do Alvinegro - tão lembrado talvez pela participação do cão.
Mesmo que, teoricamente, o Manequinho seja o mascote oficial do Botafogo, o clube adotou, de vez, o Biriba. Apesar de toda a "polêmica" da internet durante a semana, o cachorro foi adotado eternamente pela história do Glorioso.