O Botafogo deixou a Neo Química Arena com sinais de alerta ainda mais ligados. Por mais que a expulsão infantil de Marçal aos 20 minutos tenha comprometido a atuação alvinegra na noite de sexta-feira (22), ficou a sensação de que a equipe esbarrou em uma sucessão de erros na derrota por 1 a 0 para o Corinthians.
O líder do Brasileiro raramente ofereceu perigo aos corintianos. Além disso, a equipe voltou a deixar brechas e as decisões do técnico Bruno Lage causaram estranheza.
O Glorioso ensaiou um início promissor, apostando nos passes de Marlon Freitas e na busca por Luis Henrique e Tiquinho Soares. Porém, a equipe era pouco incisiva. A expulsão de Marçal levou Bruno Lage a recorrer a outra alternativa.
Em vez de lançar Hugo, que esteve no aquecimento no primeiro tempo, Tchê Tchê foi deslocado para a lateral esquerda. O camisa 6 funcionou bem defensivamente, mas tirou o vigor do Botafogo. Eduardo se desdobrava ao máximo, mas atuava abaixo do esperado, enquanto Victor Sá e Luis Henrique não conseguiam arrancadas promissoras. Tiquinho Soares, ainda mais isolado, brigava para buscar jogadas.
A formação degringolou de vez na volta do intervalo. As entradas de Renato Augusto e Fagner abriram lacunas na defesa botafoguense. O perigo começou a rondar a meta de Lucas Perri até um vacilo custar caro. Di Plácido se atrapalhou diante de Matheus Bidu e deu espaço para o corintiano cruzar. Gil ganhou pelo alto de Cuesta e teve espaço para, após defesa parcial de Perri, estufar a rede.
Lage sacou aos 19 minutos Hugo, Gabriel Pires e Diego Costa. Aos trancos e barrancos, o Botafogo melhorou seu toque de bola, mas não conseguia ser preciso nas conclusões. A última cartada foi sacar Di Plácido e lançar o atacante Júnior Santos, em alternativa que deslocou Tchê Tchê para a lateral direita.
O camisa 6 esbanjou sua postura aguerrida, mas não conseguiu ser tão impetuoso. O Alvinegro conseguiu na reta final pressionar o Timão, abrir espaços com Hugo e Diego Costa e teve chances com Júnior Santos e Cuesta. No entanto, deixou a sensação de que, em uma atuação confusa, demorou a deslanchar.
Em entrevista coletiva após o jogo, Lage afirmou que o Botafogo precisa "dar continuidade ao seu jogo".
- O sinal vermelho são as derrotas. Mas isso já tem vindo antecipar um pouco a equipe desde o início, quando eu cheguei. Quem está do outro lado, também estuda o nosso adversário. E não está a dar o espaço que nós criávamos. Nós temos que continuar a trabalhar e também jogar da maneira que é: ter o espaço para jogar, não ter espaço nas costas e, quando o adversário nos oferece o espaço, para construir - afirmou.
Diante do Corinthians, o Alvinegro tentou encontrar soluções em diversas formações. Porém, a vitória não veio novamente. Ainda com sete pontos à frente do Palmeiras, cabe a Lage esmerar-se para oferecer alternativas que mantenham o Botafogo com uma postura incisiva e tirem a equipe desta sequência incômoda.