Não faltou empenho ao Botafogo para lutar por manter sua grande sequência no Campeonato Brasileiro. No entanto, a maneira como os comandados de Luís Castro se deixaram envolver na derrota por 2 a 1 para o Goiás no Estádio Hailé Pinheiro, pela sexta rodada, deixou um sabor amargo entre os alvinegros. Os três pontos se esvaíram pela forma atabalhoada com a qual a equipe se comportou em campo.
Após um começo no qual os botafoguenses sinalizaram que tinham forças para dominar com sobras o Esmeraldino, faltaram atitude e poder de definição em campo e, após um segundo tempo confuso, veio a primeira derrota da equipe nesta edição do Brasileirão.
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O Alvinegro tomava as rédeas da partida, mas não conseguia desenvolver as jogadas com naturalidade. Tchê Tchê e Eduardo apareciam pouco e a solução da equipe de Luís Castro frequentemente era apostar em lançamentos. A busca inicialmente foi por jogadas para que Tiquinho Soares tabelasse com Gustavo Sauer. Depois, foi aberto um caminho no qual Victor Sá lutou muito. No melhor momento da equipe, Tchê Tchê mandou finalização para fora e, posteriormente, o camisa 6 cruzou para que Sá concluísse em uma jogada que culminou no pênalti sobre Sauer.
Quando Tiquinho Soares converteu a cobrança (do pênalti assinalado com auxílio do VAR), o Botafogo até acenou que poderia encontrar novo vigor ofensivo. Entretanto, perdeu seu ritmo e foi deixando espaços. E a falta de pontaria nas conclusões começou a pesar.
O lado direito voltou a deixar em apuros a defesa botafoguense ainda no primeiro tempo. Nas costas de Di Placido, o Goiás foi avançando e deu trabalho com tentativas de Matheus Peixoto e especialmente ao Sander exigir Lucas Perri. Embora a equipe de Emerson Ávila estivesse esbarrando em erros de passe, as faltas alçadas para a área faziam os alvinegros penarem.
Em um erro coletivo, o Goiás chegou ao empate nos descontos. Na sobra de uma cobrança de falta, Zé Ricardo cabeceou e, após a bola cruzar por toda a área, Bruno Melo teve tranquilidade de ajeitar e tocar na saída de Perri.
O retorno do intervalo mostrou um Alvinegro confuso. Vulnerável defensivamente, a equipe de Luís Castro oferecia espaços e não continha os avanços de Sander, Matheus Peixoto e Alesson. O Botafogo chegou a ter um aviso quando Alesson marcou um gol que foi anulado por impedimento. Porém, a zaga continuou deixando buracos e viu Matheus Peixoto envolver Luis Segovia, fazer cruzamento capaz de superar Lucas Perri e encontrar Maguinho. O lateral esmeraldino aproveitou um "clarão" deixado na área e cabeceou, caindo na rede junto com a bola.
Bastante vulnerável, a defesa botafoguense passou por novos apuros, mas viu Marçal se desdobrar para evitar um segundo gol de Maguinho. Rapidamente, o comandante Luís Castro recorreu às opções do banco de reservas, como Junior Santos, Lucas Fernandes e Luis Henrique, para aumentar o ímpeto ofensivo.
Só que a equipe alvinegra viu problemas da etapa inicial se acentuarem. Por mais que surgisse com velocidade, o Botafogo era afoito ao trocar passes e não ultrapassava o bloqueio esmeraldino. A equipe era precária ao criar e conseguia lampejos em lançamentos ou em rebatidas da defesa adversária.
O fato mais significativo é que o goleiro Marcelo Rangel foi exigido apenas aos 26 minutos da etapa final, ao evitar falta bem cobrada por Lucas Fernandes. No mais, Junior Santos, Marlon Freitas, Lucas Fernandes e Tiquinho batalhavam, mas pecavam ao concluir a meta adversária. Na reta final, investidas se perdiam por afobações na troca de passes. Depois de muita luta e bate e rebate, veio o gosto amargo do fim da sequência.
Em algum momento, o Botafogo iria conhecer sua primeira derrota na atual edição do Campeonato Brasileiro. Cabe aos comandados de Luís Castro terem serenidade para virar a página rapidamente e, em especial, reencontrar o poder de sua criação para pensar na Copa do Brasil quarta-feira (17), diante do Athletico-PR, pelas oitavas de final.