No primeiro teste após o Campeonato Carioca, o Botafogo acabou derrotado pelo Fluminense, por 1 a 0, neste sábado, em amistoso no Estádio Nilton Santos. A atuação da equipe, no entanto, teve alguns pontos a serem destacados na opinião do técnico Paulo Autuori. O comandante alvinegro viu uma evolução tática e coletiva no time, mas alertou para a necessidade de definir a partida quando se tem a chance.
– Minha preocupação como treinador são as sequências táticas porque estamos construindo uma equipe. Não adianta ter um jogador jogando muito bem um jogo amistoso e coletivamente a equipe não render. Estamos mais seguros trabalhando a equipe de trás para frente e as opções surgem naturalmente com a confiança que a equipe vai adquirindo de subir no momento certo - disse o treinador, que disse estar satisfeito com a apresentação do Glorioso, apesar da derrota.
- Eles vão se adaptando às ideias de jogo que temos. Fico satisfeito com a maneira que a gente se apresentou porque para nós é muito importante ter o mais rapidamente possível uma equipe que dê garantias como coletivo. As individualidades vão aparecendo com uma maior sequência. A equipe está se consolidando treino a treino e jogo a jogo como coletivo. As individualidades vão aparecendo um pouco mais com o passar do tempo. Quando aparecerem, vamos qualificar mais nosso jogo – analisou Autuori, em coletiva na Botafogo TV.
Autuori explicou a opção por dois laterais-esquerdos na escalação, com Danilo Barcelos e Guilherme. Este último atuou mais à frente, em uma tentativa de substituir Luis Henrique, que testou positivo para Covid-19 e cumpre a quarentena.
– No jogo contra o Náutico pela Copa do Brasil fizemos essa formação com Guilherme e Danilo. Lecaros ia jogar na Sub-20 e aconteceu o lance do Luis Henrique. A entrada do Lecaros ia alterar significativamente aquilo que estamos acostumados a fazer nos treinos. O Guilherme podia fazer isso melhor, tanto é que saíram duas boas jogadas pela esquerda com cruzamentos dele. A do Bruno Nazário e um cabeceio do Pedro Raul. Agora fica uma lição. Um jogo de campeonato Brasileiro, valendo pontos, com um adversário da força do Fluminense, ter condições de ganhar o jogo e não ganhar não pode acontecer – alertou.
Confira outras respostas de Autuori:
Cobrador de pênaltis oficial:
Qualquer decisão em relação a isso é minha. Ele, gentil como é e capitão da equipe, deu a chance do Pedro Raul bater. Na estreia dele, contra o Bangu, ele bateu. Temos alguns batedores no elenco, como Honda, Nazário e Pedro Raul e quero jogadores com iniciativa. Mas a decisão é sempre minha. Isso demonstra a solidariedade que existe no grupo, sem necessidade de protagonismo. Honda mesmo sendo o capitão, deixou o Pedro Raul bater, em um gesto gentil.
Análise da partida:
Não foi a primeira vez no jogo contra o Náutico já havíamos feito esse esquema com Danilo e Guilherme. A opção pelo Guilherme foi por ele estar mais próximo do que o Luis Henrique faz, tanto quando a equipe tem a bola, quanto quando não tem. Claro que com características diferentes porque o Guilherme é um lateral. Ele esteve muito bem. Duas chegadas do Guilherme proporcionaram situações claras de gol. A do Nazário no travessão e outra que Pedro Raul cabeceou com possibilidade de gol. O que gostei mais foi a capacidade da equipe pressionar o adversário com inteligência. Não permitimos a construção de jogo que o Fluminense gosta de fazer. Soubemos subir a marcação de jogo nos momentos que isso deveria ser feito. Quando a equipe defendeu próxima do gol conseguiu praticamente fechar todos os caminhos para as jogadas do Fluminense. Equipe está se consolidando. Uma dupla de zaga que cada vez admiro mais. O Barrandeguy vem evoluindo com e sem a bola. Prefiro ter jogadores que saibam construir do que só aqueles que roubam e fazem toque de dois metros. As ações ofensivas são mais complexas para treinar demandam mais tempo e estamos construindo a equipe de trás para frente. Infelizmente, não podemos perder um jogo que tivemos mais chances reais de gol, o Campeonato Brasileiro não permite
Marcação:
Depois vamos criar um coletivo forte. Nosso meio campo com Caio e Honda tanto na construção e quando nao tem a bola estiveram muito bem. Marcação para mim contempla três aspectos, adversário, bolsa e espaço. Prefiro jogadores que possam construir com a bola e sem a bola que possam achar espaços no corredor central
Necessidade de reforços:
Temos que ser rigorosos e cirúrgicos nessas contratações. Estamos preocupados com o futuro do clube. E o torcedor brasileiro começa a entender isso. Os sócios e torcedores estão dando uma ideia de muito mais maturidade, de apoiar o clube. O programa de sócios-torcedores está aí para isso. Para que o clube consiga, mais na frente, ter um time à altura dessa história.