O time titular do Botafogo sofreu algumas mudanças ao longo dos últimos meses. Sem pré-temporada, o técnico Marcelo Chamusca precisou fazer do Campeonato Carioca uma espécie de laboratório para testar não só as formações, como também os novos reforços da equipe. No entanto, pouco mais de dois meses depois da primeira partida oficial sob o comando do treinador, o Alvinegro ainda apresenta alguns problemas - dentre eles está a falta de velocidade no sistema ofensivo.
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No começo da temporada de 2021, o ataque da equipe era escalado com o trio Matheus Babi, Ênio e Warley. Hoje, Babi defende o Athletico, e Ênio e Warley foram para o banco de reservas. Nas últimas partidas, Marcinho, Marco Antônio e Felipe Ferreira foram os jogadores que ganharam mais chances no time titular.
Dessa forma, a fim de recuperar a velocidade do ataque alvinegro pelas pontas, uma das opções que surge dentro do próprio elenco é a volta de Ênio ao time titular. Ele, por exemplo, entrou bem nos últimos dois jogos do Botafogo e deu a assistência para o primeiro gol de Matheus Nascimento no profissional.
O atacante falou com exclusividade ao LANCE! após o empate contra o Boavista, na estreia do Campeonato Carioca, sobre seu entrosamento com o lateral-esquerdo Hugo. Hoje, Hugo perdeu a posição para Paulo Victor, mas ele ainda pode ser uma peça importante para o Botafogo ao longo da temporada. Isso porque Rafael Carioca não se firmou e Guilherme Santos pode ser aproveitado em outras posições.
- Meu entrosamento com o Hugo é desde a base, tivemos grandes momentos ali pelo lado esquerdo e estamos acostumados a jogar juntos. Eu vejo que para esse campeonato e também ao longo da temporada, esse vai ser um lado interessante porque nós temos muito entrosamento, professor Chamusca também conversou isso comigo e com ele.
- Agora é aproveitar o que a gente tem de melhor na base, trazer para o profissional e trabalhar bem para os próximos jogos, aproveitar as oportunidades aí e trazer bons momentos para o Botafogo.
A necessidade de melhora no time também foi observada por Carlos Roberto, ex-técnico do clube e atual comentarista da Botafogo TV, serviço de pay-per-view do Alvinegro para assistir o Campeonato Carioca. Ele classificou o empate sem gols contra o Nova Iguaçu, no último domingo, como "preocupante" e apontou o próprio Ênio como o único do elenco com as características de driblador.
- Não vemos com jogadores com habilidade para o drible, só temos o Ênio. Tem a velocidade do Ronald, mas que ainda não produziu o que pode, ainda está se adaptando ao Botafogo porque veio de um time de menor expressão - afirmou.
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Contudo, o técnico Marcelo Chamusca não compartilha a opinião de que falta velocidade ao time. Em entrevista coletiva, ele analisou o empate contra o Nova Iguaçu e levantou um outro ponto. De acordo com o treinador, o posicionamento defensivo dos adversários quando enfrentam o Botafogo é o problema que dificulta a imposição do jogo do Alvinegro dentro de campo.
- A questão não é de que o time é lento, o time até trocou passe com velocidade no primeiro tempo. Todos os adversários que enfrentam o Botafogo, a maioria deles coloca 11 jogadores atrás da linha da bola, tiram o espaço que dificulta muito o jogo.