Barroca testa Diego Souza no meio em busca de reencontro com vitórias

Treinador tem promovido troca-troca de posições nos treinamentos e pode aproveitar o camisa 9 como homem de armação, na partida contra o Internacional, no sábado

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O sonolento 0 a 0 com a Chapecoense, na última segunda-feira, no Nilton Santos deixou ainda mais em evidência a baixa produtividade do Botafogo no Brasileirão, em especial após a parada para a Copa América. Depois de um início promissor no torneio nacional, o time comandado por Eduardo Barroca não consegue repetir o desempenho inicial e sofre com a falta de peças em um elenco enxuto. Para tentar superar a estagnação, o treinador tem mudado jogadores de posição e promovido uma espécie de competição saudável entre os atletas nos treinamentos mais recentes. E nos testes para tentar surpreender o Internacional, no Beira-Rio, no próximo sábado, o que mais chamou atenção foi a utilização de Diego Souza como meia.

A tentativa pode ser uma aposta de Barroca para dar mais qualidade ao passe no meio-campo alvinegro, com o objetivo de fazer com que a a equipe chegue em melhores condições de finalizar nas partidas. O tímido desempenho ofensivo do time já tem gerado protestos de parte torcida. O número de gols é discreto: foram apenas 14, em 16 jogos e, dentre estes, só quatro foram marcados por atacantes de origem – três de Diego Souza e um de Luiz Fernando. O Alvinegro também é o que menos finaliza no Brasileiro, com 137 tentativas (9,13 por jogo).

Diego Souza já atuou na posição em outros momentos da carreira, e mostrou-se à vontade quando foi responsável pela armação. Foi como centroavante, no entanto, que chegou à Seleção Brasileira comandada por Tite, em 2017. Se voltar a render bem como meia de criação, pode ser uma solução caseira para Barroca, diante de uma realidade de dificuldades de trazer reforços de fora e perda de jogadores durante o ano. Com o camisa 9 no meio, Vinícius Tanque foi utilizado na frente.

– A gente tenta buscar as soluções da maneira que estamos tentando, que é tentar em casa. Diante do cenário do clube, é difícil buscar fora do Botafogo. Não cabe fazer reclamação. Tanto direção quanto jogadores encaram a situação de frente – disse o técnico, na coletiva após o empate com a Chape.

O troca-troca de posições no treinamentos também é uma forma de Barroca manter o elenco motivado e brigando por um lugar entre os 11 titulares. A não divulgação da escalação tem sido prática recorrente nas últimas partidas. O retorno de Cícero, que cumrpiu suspensão automática na rodada anterior, esquenta ainda mais a disputa no meio-campo botafoguense. Os outros nomes para o setor são Alex Santana, João Paulo e Gustavo Bochecha. O treinador pode optar por mudar o esquema tático ou sacar algum deles para que Diego jogue de meia.

Bochecha confirmou que os testes têm incentivado a concorrência no grupo, em entrevista concedida após as atividades da tarde desta quinta-feira, no Nilton Santos.

– Barroca geralmente mistura muito, difícil ele decidir o time dois, três dias antes do jogo. Acho que é para dar oportunidade a todos, mas acredito que ele já tem um time definido para sábado – disse Bochecha.

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Pimpão é dúvida

Eliminado da Libertadores da América pelo Flamengo, na última quarta-feira, dentro de casa, o Internacional vai para a partida de sábado tentando melhorar o astral dentro do grupo. O Colorado ainda tem pela frente o duelo contra o Cruzeiro pela semifinal da Copa do Brasil, competição tratada como prioridade pelos gaúchos. Diante disso, o técnico Odair Hellmann deve optar por escalar o time reserva pela 17ª rodada do Brasileirão.

O Botafogo tem, portanto, a chance de confirmar o bom desempenho fora de casa, na temporada. O Glorioso tem o sexto melhor desempenho como visitante no torneio nacional e pode melhorar ainda mais as estatísticas. Em oito jogos longe de casa, foram três vitórias, um empate e quatro derrotas, com 10 pontos somados.

Para encarar este desafio, Barroca não sabe se poderá contar com o atacante Rodrigo Pimpão. Desfalque contra a Chape, por problemas físicos, o jogador de 31 anos voltou a sentir dores no pé direito durante os treinos da semana e precisou deixar o gramado amparado por um carrinho elétrico. O jovem Lucas Campos, promovido da base, corre por fora pela vaga.

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