A derrota por 2 a 1 para o São Paulo na manhã do último sábado colocou luz sobre as dificuldades que o técnico Eduardo Barroca vem tendo para lidar com um elenco enxuto, com poucas peças para reposição. Desfalcado de Joel Carli, Alex Santana e Diego Souza, o Botafogo teve dificuldades de criar e acabou recuando e derrotado no fim, com um gol de Pablo já nos acréscimos. A situação não foi novidade no Campeonato Brasileiro. Contra o Atlético-MG, na 18ª rodada, o time também foi vazado nos minutos finais e sofreu com a pressão do adversário, mas acabou vencendo por 2 a 1. O técnico Eduardo Barroca, no entanto tem blindado o elenco de críticas e assumiu a responsabilidade pelo resultado negativo, sem apontar falhas individuais.
– Enquanto minha equipe estiver se dedicando dessa forma, a responsabilidade dos resultados vai ficar comigo. Venho aqui de frente, falo isso mesmo, porque eles estão indo no limite. Não tem responsabilidade individual. Responsabilidade do resultado negativo é minha, eles vão sempre ser blindados pelo seu treinador enquanto tiverem esse tipo de comportamento - afirmou Barroca.
A atitude do treinador tem a ver com as dificuldades de lidar com as constantes mudanças em um elenco enxuto. Ao longo do ano, o treinador foi obrigado a se virar com a saída de jogadores, lesões e desfalques. Muitas vezes, a solução é recorrer às categorias de base ou improvisar. Além disso, também precisa pensar em uma forma de não deixar os problemas extra-campo, como atrasos nos pagamentos, afetarem o desempenho dentro de campo.
Contra o São Paulo o técnico, não pôde contar com os dois artilheiros da temporada. Diego Souza, com sete gols, foi impedido de jogar por uma cláusula contratual, enquanto Alex Santana, com dez, segue se recuperando de lesão no tornozelo direito. O zagueiro Joel Carli, também lesionado, foi outra baixa. Os substitutos não mantiveram o mesmo poder de fogo dos titulares. As entradas de Leo Valencia, Pimpão e Alan Santos nas vagas de Bocheca, Victor Rangel e Luiz Fernando, promovidas pelo técnico também não surtiram efeito.
A sobrecarga dos que ficam à disposição, já começa a ser sentida pelo elenco e viram mais uma questão para o treinador, o que pode ser uma explicação para a queda de rendimento nos minutos finais dos jogos.
–Entendia que com o Leo Valencia no lugar do Gustavo a gente pudesse ganhar um pouco mais de chute de fora da área, profundidade. A segunda troca, foi por desgaste do Victor Rangel. Como estávamos com muita dificuldade dos enfrentamentos, apostei no Luiz Fernando flutuando mais como um atacante de velocidade para a gente usar as costas da dupla de zaga do São Paulo, mas não conseguimos. A terceira, do Alan Santos, foi pura e simplesmente por opção física. O Cícero, com 30 minutos, tinha me passado para guardar a terceira substituição para ele, estava com um desconforto na perna. Eu estendi até 41, 42 minutos, e o Luiz Fernando me disse que já não estava mais aguentando – explicou o treinador.
TABELA
> Veja a classificação e o simulador do Brasileirão clicando aqui
Olhar adiante
Barroca reconhece os problemas, mas não vê tempo para lamentos, em um Campeonato com o calendário exigente e com um nível técnico equilibrado.
– -Tínhamos ciência do que a gente enfrentaria nesse início de ciclo jogos difíceis, muitos jogadores pendurados. A gente já não teve jogadores importantes. Não tenho por hábito lamentar a ausência, preciso encontrar soluções aqui dentro, chamar para mim a responsabilidade do resultado e olhar adiante, porque temos um campeonato duro pela frente. Precisamos absorver esse resultado, virar a chave para fazer uma grande partida contra o Bahia e buscar o resultado que nos interessa – finalizou.
Com a derrota em casa, o Botafogo ficou estacionado com 27 pontos, na 10ª colocação. A equipe volta a campo na quarta, às 21h30 (de Brasília), contra o Bahia, na Fonte Nova.