Conheça as semelhanças e diferenças entre os estilos de jogo de Luís Castro e Bruno Lage

Apesar de compatriotas, treinadores tem diferenças relevantes na maneira como pensam o jogo

imagem cameraConheça as diferenças entre Luís Castro e Bruno Lage (Montagem: Lance!; Vítor Silva/Botafogo; Divulgação/Wolves)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 12/07/2023
06:07
Atualizado em 12/07/2023
01:18
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Diz o ditado que em time que está ganhando, não se mexe. No entanto, o Botafogo, que hoje lidera o Brasileirão e segue na disputa pela Sul-Americana, teve uma mexida 'forçada' pela saída do técnico Luís Castro rumo ao futebol saudita. Para o seu lugar, o Glorioso anunciou a contratação de outro português, Bruno Lage, que chega ao clube nesta quarta-feira.

No entanto, dar sequência a um trabalho de sucesso não é das tarefas mais fáceis para qualquer treinador. Seja pelos métodos ou ideias, as semelhanças e diferenças entre os profissionais podem impactar seriamente o desempenho do clube na busca por títulos. A seguir, o Lance! explica em quais pontos os técnicos tem mais ou menos afinidade no estilo de jogo, e como isso deve afetar o Botafogo.

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AS SEMELHANÇAS
> Adaptabilidade: Luís Castro chegou ao Botafogo com uma ideia de time, com bastante posse de bola e que pressionava a saída de bola. Com o passar dos meses, essa sua ideia deu lugar a uma equipe que se adaptava mais ao estilo do adversário sem deixar, no entanto, de ser ofensiva.

Bruno Lage, de certa forma, trabalha de maneira semelhante. Por mais que o técnico não mude muito os seus princípios de jogo, soube trabalhar com mais de um sistema tático diferente quando necessário. No Benfica, por exemplo, organizava seu time a partir de um 4-4-2 em linha.

Já no Wolverhampton, seu último trabalho, organizou o time prioritariamente no 3-4-2-1, mas também utilizou sistemas com linha de quatro quando enfrentou equipes mais fortes, como o Manchester City de Pep Guardiola.

Pensando no Botafogo, podemos deduzir que o novo treinador do Alvinegro deve manter o 4-2-3-1 trabalhado por Luís Castro nos últimos meses.

Bruno Lage escalava o Benfica no 4-4-2 em linha (Foto: Reprodução)

> Ataque pelas pontas: outra semelhança entre o trabalho dos treinadores está no uso dos lados do campo para atacar. No Botafogo, as jogadas individuais de Victor Sá e Júnior Santos são a principal arma ofensiva do time.

No caso de Bruno Lage, independentemente do sistema tático, usar toda a largura do campo é um princípio básico da equipe. Euquanto dirigia Benfica, os laterais eram os responsáveis por alargar o campo desde a saída de bola até a linha de fundo. No clube inglês, por outro lado, os responsáveis por pisar na linha lateral para abrir a defesa adversária eram os alas.

A ideia, em ambos os casos, é pegar a defesa adversária desprevenida ao encontrar um jogador livre no campo após uma inversão de bola.

No Wolverhampton, os alas eram os responsáveis por alargar o campo (Foto: Reprodução)
Meias e atacantes invadem a área para concluir a jogada construída pelos lados (Foto: Reprodução)

AS DIFERENÇAS
> Ataques diretos: como citado anteriormente, Luís Castro sempre foi reconhecido por organizar times de muita posse e toques curtos na busca pelo gol. Seu sucessor no Glorioso, no entanto, apostava em outro tipo de ataque no Benfica.

Com dois atacantes enfiados entre os zagueiros (Seferovic e João Félix), os zagueiros de Bruno Lage sempre foram orientados a encontrar os atacantes de maneira direta, sem passar necessariamente pelo meio-campo. Estes atacantes, por sua vez, se movimentavam atrás dos volantes do adversário para realizar paredes junto aos meias ou laterais que ultrapassavam.

Assim, Tiquinho Soares pode ser mais acionado fora da área, na criação de jogadas após receber passes dos zagueiros, bem como Eduardo pode se tornar um jogador menos participativo na organização dos ataques e mais presente na finalização de jogadas.

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> Defesa baixa: por fim, mesmo que sua equipe fosse mais flexível de acordo com o adversário, Luís Castro sempre demonstrou uma predileção pela marcação em 'bloco alto', ou seja, na saída de bola do adversário.

O novo técnico alvinegro, no entanto, prefere que seus times marquem de forma mais recuada, priorizando a proteção à área, com atacantes que não pressionam a bola com intensidade, mas tem a função de direcionar os ataques do adversário para que seus zagueiros e volantes recuperem a posse.

Mesmo quando pode pressionar, a defesa dos times de Bruno Lage costumam ficar mais baixas (Foto: Reprodução)

Embora tenha disputado campeonatos de peso, Bruno Lage tem apenas dois trabalhos na carreira, o que deixa a amostra para análise curta. Além disso, o próprio treinador, em constante evolução, pode ter refletido e mudado seu pensamento sobre algumas destas ideias. De qualquer maneira, manter o que vinha dando certo e atender à expectativa da torcida por troféus importantes fazem do Botafogo o maior desafio de sua carreira.

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