Da consagração como zagueiro ao sonho de ser treinador: saiba quem é Cláudio Caçapa, interino do Botafogo

Lance! traz curiosidades do homem que está à beira do gramado no Alvinegro

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A vitória do Botafogo sobre o Vasco, por 2 a 0, no último domingo, trouxe um novo marco na trajetória de Cláudio Caçapa na beira dos gramados. Agora como treinador interino do Alvinegro, o ex-jogador tenta conseguir a ascensão que teve nos campos.

Com a vivência de quem marcou época no Atlético-MG e colecionou títulos na França, o atual integrante da comissão técnica tem no Glorioso uma nova empreitada.

DO GALO PARA A PROJEÇÃO INTERNACIONAL

Caçapa se destacou no Brasileirão de 1999 pelo Atlético-MG (Foto: Reprodução / TV Globo)

Caçapa deu seus primeiros passos nos gramados com a camisa do Atlético-MG. O promissor zagueiro, aos poucos, foi ganhando espaço entre os titulares e fez parte do elenco campeão da Copa Conmebol de 1997. No ano seguinte, era titular absoluto de uma equipe que tinha nomes como Velloso, Guilherme, Marques, além de outro treinador com status de interino: Ramón Menezes, o ex-meia e atual treinador da Seleção Brasileira.

Em 1999, conquistou o Mineiro. Posteriormente, teve atuações de encher os olhos com a camisa atleticana, na equipe que foi finalista do Brasileirão.

Treinador do então zagueiro, Humberto Ramos recordou-se ao Lance! do empenho do defensor em uma competição que tinha uma peculiaridade no regulamento: o jogador só era suspenso de uma partida após receber o quinto cartão amarelo.

- Ele era um jogador muito dedicado. Conseguiu disputar todas as partidas e só recebeu quatro cartões amarelos. Não tomou o quinto! - e completou:

- Era um zagueiro que saía para o jogo, com tranquilidade, e isso nos ajudava muito. Isso nos ajudava muito, pois na época o meio era congestionado. E então, ele se tornava o elemento-surpresa. Eu recuava inicialmente o Valdir e, mais tarde, o Alexandre Gallo, e deixava o Caçapa sair. Não foi à toa que ele ganhou uma Bola de Prata da "Placar" - explicou.

Em seguinte, Ramos teceu novos elogios ao seu antigo comandado:

- A qualidade dele era nata. Além de ser muito disciplinado, tinha um físico muito bom e era jogador de qualidade. Não à toa, foi logo cedo para a Europa - disse.

MULTICAMPEÃO NO LYON

Cláudio Caçapa e Juninho: títulos e mais títulos no Lyon (Foto: Divulgação / Lyon)

O zagueiro se transferiu para o futebol francês e foi campeão da Copa da Liga Francesa de 2001/2002. Além disso, venceu cinco Supercopas da França e sagrou-se campeão francês em 2002, 2003, 2004, 2005, 2006 e 2007.

Entre seus colegas, estavam o lateral Sylvinho, o zagueiro Edmilson e o meia Juninho Pernambucano.

VIVÊNCIA NA SELEÇÃO BRASILEIRA

Chances na Seleção Brasileira (Foto: Divulgação / CBF)

Em alta depois de seu Brasileirão pelo Atlético-MG, Caçapa foi convocado por Vanderlei Luxemburgo para o amistoso no qual a Seleção Brasileira goleou por 7 a 0 a Tailândia, em Bangkok, em 23 de fevereiro de 2000. Sua dupla de zaga foi Roque Júnior na noite com show de Rivaldo.

No ano seguinte, o zagueiro (que tinha se transferido para o Lyon) fez parte da lista de convocados de Emerson Leão para servir a Seleção Brasileira na Copa das Confederações de 2001. Caçapa atuou na vitória por 2 a 0 sobre Camarões e na derrota por 1 a 0 para a Austrália. Entre seus colegas no setor estavam Lúcio, Edmilson e Cris.

Após deixar o Lyon, o defensor teve passagens pelo Newcastle, Cruzeiro e Avaí, até encerrar sua carreira no Évian, onde venceu a Segunda Divisão da França.

DE OLHO NA BASE DA SELEÇÃO

Treinador deu chance para Vinicius Júnior, promissor atacante do Flamengo (Foto: Divulgação / CBF)

Após pendurar as chuteiras, Cláudio Caçapa passou a ter outro olhar em relação ao gramado. Em 2013, o ex-jogador foi chamado para comandar a Seleção Brasileira Sub-15.

- Chamei o Caçapa na época porque ele é um cara extremamente estudioso. Na categoria de base, tem de ser uma pessoa extremamente íntegra, que conheça a rotina dos jogadores. Vi nele um potencial muito grande, especialmente por não ter nenhum tipo de vício de mercado que muitos treinadores têm quando estão há muito tempo do gramado - afirmou Alexandre Gallo, coordenador da base da Seleção Brasileira na época.

Gallo destacou a relevância de contar com Caçapa na base canarinha naquele momento.

- Os começos são importantes. Ter um ex-atleta que demanda alguns conselhos contribui para os jovens, tanto no dia a dia, quanto no momento de dar um passe de primeira, no tipo de jogadas, e até na carreira mesmo - disse.

Como treinador da Seleção Sub-15, Cláudio Caçapa convocou um promissor atacante do Flamengo chamado Vinicius Júnior logo em sua primeira lista. O Botafogo também estava representado pelo goleiro André Luiz, que atualmente defende o Ceará. Os atacantes Alerrandro e Vitinho também receberam oportunidades.

PASSAGEM NO LYON

De treinador de zagueiros a prestígio no clube francês (Foto: Divulgação/Lyon)

No ano de 2016, Cláudio Caçapa retornou ao Lyon com a missão de auxiliar os zagueiros da equipe, na época treinada por Bruno Genesio. Mesmo com a passagem das comissões técnicas de Sylvinho, Rudi Garcia, Peter Bosz e Laurent Blanc , o ex-jogador continuou em alta no clube francês.

No posto de interino do Botafogo, Cláudio Caçapa tem a chance de mostrar seu trabalho à beira do gramado e mostrar que tem condições de se afirmar de vez como profissional.

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