O Botafogo fez o esperado e garantiu a classificação para as semifinais da Taça Rio nos dois jogos do retorno do Campeonato Carioca pós-pandemia. A vitória, por 6 a 2, sobre a Cabofriense e o empate sem gols com a Portuguesa também deixaram em evidência algumas dificuldades que a equipe comandada por Paulo Autuori precisa superar na briga por um lugar na decisão do segundo turno, contra o Fluminense. Entre os principais desafios estão as dificuldades nas laterais e a necessidade de melhorar a dinâmica de distribuição de jogadas.
Encontrar nomes para as laterais é uma questão que se arrasta desde antes da paralisação. Na direita, Fernando e Barrandeguy são as opções. Na partida contra Portuguesa, em que o Botafogo teve dificuldades de infiltrar pelo meio e precisou recorrer às jogadas pelos lados, Fernando não correspondeu e o cenário não mudou com a entrada do uruguaio. Os dois também tiveram falhas defensivas, mas continuam a ser os nomes para o setor, enquanto o titular Marcinho se recupera de cirurgia no joelho.
Na lateral esquerda, o panorama é semelhante com Danilo Barcelos e Guilherme Santos que se alternam como titulares ainda sem convencer.
Movimentação pouco dinâmica
Na rodada final da Taça Rio, o técnico Paulo Autuori fez modificações no esquema apresentado na goleada sobre a Cabofriense. Diante de um rival menos frágil como a Portuguesa, adotou uma linha de quatro defensores, e manteve Luiz Fernando, de ponta direita e Luis Henrique, de ponta esquerda. Caio Alexandre, que entrou na vaga de Alex Santana, jogou lado a lado com Honda. Com isso, Bruno Nazário atuou um pouco mais próximo do centroavante Pedro Raul.
As mudanças fizeram com que o time ficasse um pouco mais desordenado e mostrasse dificuldades em fazer uma movimentação que facilitasse a vida do japonês para achar um passe vertical. Nazário não conseguiu repetir a função de distribuidor mostrada em partidas anteriores.
Neste sistema, Caio Alexandre acabou ficando como o único volante e, preocupado em recompor, não conseguiu exercer bem as funções de marcador e nem de criador. As entradas de Alex Santana, Cortez e do jovem Ênio não surtiram o efeito esperado de melhorar a dinâmica ofensiva.
O Alvinegro conseguiu mandar três bolas na trave, no primeiro tempo, mais na base do empenho e da força do que da técnica. O desgaste físico de mais de três meses sem jogos e de ter atuado dias antes também pesou. O resultado só não foi pior graças a uma noite inspirada do goleiro Diego Cavalieri, em especial na segunda etapa.