Júlio César, Joilson, Alex, Juninho e Luciano Almeida; Túlio, Leandro Guerreiro, Lúcio Flávio e Zé Roberto; Jorge Henrique e Dodô. O torcedor do Botafogo sabe que lerá abaixo linhas sobre o time de 2007. Enquanto a equipe atual surpreende, se destaca pela entrega e se dispõe a obter resultados históricos, há exatamente dez anos o time comandado por Cuca ficou eternizado como o Carrossel Alvinegro. O time que encantou, chegou perto, mas não levantou troféus. O LANCE! inicia nesta segunda-feira uma série de reportagens sobre aquele período. A primeira, sobre a montagem daquele time.
Falamos, aqui, sobre 2007. Entretanto, a passagem de Cuca pelo comando técnico do Glorioso terminou, de vez, só em 2008. E a montagem daquela equipe de dez anos atrás começou em 2006. Com a demissão de Carlos Roberto, técnico campeão carioca daquele ano, o treinador que até hoje deixa "viúvas" entre os botafoguenses foi contratado. No Campeonato Brasileiro, após flertar com o rebaixamento, a equipe terminou em 12º lugar, com 51 pontos. Hoje diretor da base, Manoel Renha era vice de futebol naquele ano, e lembra a formação do Carrosel.
- O Lucio Flavio já estava no Botafogo, mas contundido em 2006 praticamente todo. Os três melhores anos da carreira dele foram 2006, 2007 e 2008. Com toda limitações financeira, porque aquela época estava pior do que a atual, o Cuca pôde ir montando um time e eu admiro muito a capacidade dele de achar jogadores que ninguém vê. Adaptou o Joilson (meia) como ala, o Jorge Henrique nós tínhamos visto num jogo que ele nos perturbou. Tentamos trazê-lo, ele pertencia ao Atlético-PR, e, de início, não teve composição com Mário Celso Petraglia (presidente à época). Na virada do ano, o agente do Jorge me liga. E, quando ele falou, já nos interessava - lembra. E prossegue:
- O Zé Roberto já estava, o Dodô se identifica com o clube e era sonho do Carlos Augusto Montenegro (vice de futebol em 2007). O Leandro Guerreiro chegou do Criciúma. E aí entra o trabalho da comissão técnica do Cuca. Os times dele dão gosto de ver - opina.
'MALUCO PELO BOTAFOGO EU SOU'
O elenco foi sendo reformulado durante todo o ano. Flávio, Iran e Luís Mário, por exemplo, foram contratados para o início da temporada, mas ficaram poucos meses no clube. Athirson chegou para o Brasileiro, mas foi dispensado pouco depois.
Bebeto de Freitas chegou a ser diretor em 2002 e teve dois mandatos à frente do Alvinegro (2003-2005 e 2005-2008). Apesar de certa contestação, a gestão foi marcada pela restruturação. O time havia sido rebaixado e se afundava em dívidas. Mas ele não esquece também da identificação dos atletas da época com a instituição.
- Foram tempos difíceis. Só um maluco entraria lá na época, e maluco pelo Botafogo eu sou. Ninguém faz nada sozinho, tivemos a ajuda de muita gente, e aquele time foi criado devagarinho, com muita dificuldade financeira. Houve uma identificação muito grande daqueles jogadores com o clube. O que aquele grupo fez pelo Botafogo é algo impagável. Eu só tenho boas lembranças e um orgulho muito grande de ter participado. Eles trouxeram muito mais dignidade para o time. Foi importante. Inesquecível - lembra o ex-presidente.
O ELENCO:
Goleiros: Max, Lopes, Júlio César, Marcos Leandro e Roger
Laterais: Flávio, Joilson, Sepetiba, Alessandro, Iran, Xavier, Luciano Almeida, Moreno e Athirson
Zagueiros: Juninho, Alex, Asprilla, Rogério Corrêa, Vágner, Renato Silva e Rafael
Volantes: Túlio, Leandro Guerreiro, Diguinho, Juca, Edson Júnior, Coutinho e Alberoni
Meias: Lucio Flavio, Zé Roberto, Ricardinho, Thiago Marín, Magno, Jougle, Adirano Felício e Marquinho
Atacantes: Jorge Henrique, Dodô, Luís Mário, André Lima, Gláucio, Vitor Castro e Reinaldo