Com a contratação de um centroavante, desejada por Ricardo Gomes, o Botafogo estará, de acordo com o próprio treinador, com o elenco preparado para encarar o Campeonato Brasileiro de forma digna e saudável. Mas ele já conta, no grupo, com valores que podem ser aproveitados de diferentes formas, como Ribamar e Anderson Aquino.
Nesta terceira parte da entrevista exclusiva que o treinador alvinegro concedeu ao LANCE!, ele revela também como preservou jovens como Emerson, Gegê e Luis Henrique da pressão da Série B. Ele afirma, no entanto, que já via potencial nos atletas para a atual temporada.
Você disse, no início do ano, que os jovens iriam sofrer, mas amadurecer no Carioca. Eles estão prontos?
'As melhores coisas do Carioca, para nós, foram os dois jogos finais contra o Vasco. No Maracanã, tomamos uma porrada, mas ele estavam aqui e com a cabeça em pé. Vamos ver se estou com a razão lá na frente. Eu acredito que foi uma boa vacina'.
Você quer um centroavante experiente. Mas e o Ribamar? É, necessariamente centroavante?
'Ele é centroavante, mas pode jogar com outro. Se botar o Ribamar sozinho, é difícil. Prefiro com o Salgueiro perto dele. Sai do 4-2-3-1 para o 4-4-2. Fizemos uma parceria entre ele e o Luis Henrique que vai dar frutos, mas não será agora. Na minha cabeça, ele pode jogar com outro centroavante, sim'.
Entre os reforços recém-contratados, um é mais conhecido. Mas qual a melhor posição que você vê para o Anderson Aquino?
'Ele é segundo atacante. Ele fez o primeiro atacante antes de o Grafite chegar no Santa Cruz, mas eu o prefiro como segundo'.
Na mudança de 2015 para 2016, alguns jogadores que nem ficavam no banco de reservas passaram a ser titulares e importantes. Como se deu esse processo e por quê?
'O Gegê, quando eu cheguei, tinha acabado de jogar com o Jair Ventura. Eu já o tinha visto, mas usei mais o Tomas, o Elvis e o Daniel Carvalho. Na formação que eu montei, tinha o Willian Arão. Perdemos muitos jogadores pouco antes de eu chegar, como Rodrigo Pimpão, Bill, Jobson... Eu preferi tirar o Emerson e o Luis Henrique, ainda muito jovens, e botei os mais cascudos, para garantir o principal (o acesso). Conseguimos montar um time, mais defensivo, mas com mais cancha. No Gegê, eu já via qualidade. O Emerson foi propositalmente. Eu já tinha na cabeça que ele seria titular este ano. Quando eu cheguei, estávamos oscilando entre quinto e primeiro. Pensei: “Vamos deixar o Emerson para mais tarde”. Estávamos saindo de quinto para primeiro, tudo muito indefinido. Luis Henrique e Gegê, eu só usava na necessidade. Protegi o tempo todo. O Botafogo tem uma formação muito boa. Eu não podia correr o risco de queimá-los. Eles não sabiam e não dá para explicar tudo'.