Ex-treinador do Botafogo e agora comandante do Al-Nassr, da Arábia Saudita, Luís Castro deu uma entrevista para o 'Canal GOAT' onde explicou seus motivos de ter saído do clube no meio do Brasileirão. Mesmo na liderança do campeonato, o técnico português aceitou a proposta do time de Cristiano Ronaldo, e deixou o comando do Glorioso. Em sua entrevista, falou os motivos dessa troca.
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- Primeiro, saí de um clube para vir para cá. Quando fui contratado pelo Botafogo, tinha um compromisso de construir uma equipe de lutar por algo maior do que quando eu cheguei. Uma vaga na Libertadores e sermos uma equipe respeitada - disse Castro, que prosseguiu e falou sobre a meta que tinha no Botafogo.
- Isso foi feito, meu compromisso em termos de projeto e de momento, eu senti isso sólido. Tinha uma organização pronta para atacar qualquer adversário. Já tinha recebido convites antes, mas havia topado ir ao Botafogo. Durante o ano, eu tive várias propostas, mas achava que precisávamos consolidar algumas coisas na equipe.
Quando Luís Castro chegou ao Rio, o clube carioca tinha acabado de se transformar SAF. O técnico detalhou como foi esse processo, principalmente a melhora na estrutura das instalações. Também falou do projeto do clube árabe e a diferença do momento em que assumiu o Botafogo e, logo em seguida, o Al-Nassr.
- Para esta proposta do Al-Nassr, era um projeto semelhante ao do Botafogo, de construção, com jogadores que são desafiantes. Desafios diferentes. O Botafogo era um time para adquirir atletas e montar um elenco competitivo com pouca infraestrutura. Aqui, é construir com uma infraestrutura melhor. No Botafogo, não tinha campo para treinar - iniciou o português
- Mas, construímos. Passamos a ter um vestiário para todos os atletas, deixamos o almoço de ser sanduíche de carne para ser almoço de três pratos, ao invés de banho frio passou a ser banho quente. Construímos. Hoje o mundo olha com muito respeito. Embora nunca tenha perdido prestígio, hoje o prestígio aumentou. Tudo com o trabalho de todos - completou.
Castro ainda comentou sobre a virada de chave do Botafogo, principalmente a mentalidade do clube que mudou e que mesmo com a troca, o clube vai se manter firme.
- O mais importante dos clubes é o espírito vencedor. Não é o espírito de coitadinho que eu encontrei. Perdemos uma partida e parece que perdemos 10. A mentalidade precisa ser vencedora. É assim, queremos ser mais. Essa mentalidade está instalada no Botafogo. É um grupo que se blindou. Aquela blindagem nunca mais vai ruir. Enquanto tiver aquele grupo, não vai ruir. Eu senti isso por que eu estive ali desde que nasceu. Vão chegar ao estado adulto com outro pai. São pessoas fantásticas.
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Falando de medalha de campeão, Castro brincou sobre o assunto e exaltou Claúdio Caçapa e Bruno Lage. Falou da relação com os funcionários do clube e a montagem do time que hoje lidera o campeonato com larga vantagem e como será a festa se o título se concretizar.
- Uma medalha ao Caçapa, uma para Luís Castro, três para o Bruno. O Botafogo sendo campeão, como eu espero que seja, este título tem muito da temporada passada. Foi decisiva para o que está acontecendo agora. Foi uma época de doutrinar todos que estão lá hoje. Uma gente sofrida, desconfiada, que não tinha sido respeitada. É fácil maltratar quem está por baixo. Foi muito difícil virar isso ao contrário. As pessoas tinham estado muito tempo sem receber, não tinham como treinar, nem como viver no seu dia a dia. Mudar essa mentalidade foi um trabalho enorme - e prosseguiu:
- Foi mais difícil do que montar o elenco. Parem com isso, tudo acontece ao Botafogo, parem com isso. Sempre falavam de coisas más, havia muita superstição. A vida é para ser vivida com alegria. Foi isso que colocamos no clube. Vai ser campeão brasileiro, vai ser uma grande festa - finalizou o ex-técnico do Botafogo.