Gritos de ‘é campeão’ pelas ruas e pelo shopping, cântico de provocação ao Atlético-MG, ovação a John Textor e centenas, talvez milhares, de celulares empunhados para fotos, vídeos e lives — fossem elas para comemorar com amigos e familiares botafoguenses, fossem elas para zoar rivais. Assim foi a chegada da delegação do Botafogo à Zona Sul do Rio, para comemorar o título da Libertadores da América com a torcida, no início da noite deste domingo (1º).
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A festa foi marcada para a enseada de Botafogo, nome de um agradável bairro do Rio e, desde sábado (30), também do mais novo campeão da América. A delegação chegou ao local pouco depois das 18h, e demorou pelo menos mais uma até começar um desfile em carro aberto com a taça da Libertadores da América.
De cima do veículo, jogadores se revezavam para levantar o troféu. Júnior Santos foi um dos primeiros a empunhar o microfone e agitar o público — como se fosse preciso, dada a ansiedade e a alegria dos milhares de torcedores.
Teve de tudo: cânticos da torcida, hino do clube e provocação ao Atlético-MG. O magnata John Textor, dono da SAF do Botafogo e grande responsável por viabilizar o time campeão da América, foi ovacionado inúmeras vezes. “Ah, é John Textor”, gritavam os torcedores de tempos em tempos.
A festa também teve muitos celulares ao alto. Quase todo mundo queria fazer vídeos e fotos para registrar o momento, com a alegria exalando no entorno, a taça ao alto em segundo plano e a belíssima paisagem do Pão de Açúcar ao fundo.
Sobrou também espaço para a flauta com quem torce para os rivais. Algum Alexandre, torcedor do Flamengo, foi colocado ao vivo numa live e ouviu todo tipo de impropérios — do amigo botafoguense que não quis perder a chance de fazer graça, e de diversos desconhecidos que entraram na onda. Ao fim, todos riram, inclusive o Alexandre.
‘Vi o Botafogo do Manga e vi o Botafogo campeão da América’
O público campeão da América era bastante heterogêneo. Teve festa para todo mundo, da criança de colo ao torcedor que aprendeu a torcer pelo Botafogo de Garrincha, Nilton Santos e tantos outros.
— Eu vi o tempo do Manga, conheci o Manga goleiro. Aquela época era boa, a gente ganhava tudo — disse uma saudosa Lúcia Maria, de 78 anos, sobre o goleiro que conquistou quatro títulos com o clube na década de 1960.
— Agora, vi o Botafogo campeão da América. Estou aqui desde às 17h. Acho que quanto mais gente vier para comemorar, melhor. A gente merece. Eu assisti ao jogo num barzinho aqui perto, e essa vitória foi importante pra gente tampar a boca de muita gente que só queria prejudicar e criticar o Botafogo, que só falava em ‘pipoca’ e não sei o quê. Isso, pra mim, foi pra calar a boca de todo mundo.
Ao lado dela, dona Albertiza Prado, também de 78 anos, foi acompanhar a festa para vibrar por ela e por Waldemir, o marido já falecido.
— Tive uma vida feliz e assistia ao Botafogo com ele. Agora ele não está mais aqui, mas eu estou aqui para comemorar. É como se ele estivesse aqui também.
Garçons com camisa do clube e hino em avião
Quem não pode estar presente na festa do Botafogo comemorou ao seu jeito. Em uma churrascaria da cidade, garçons que torcem pelo clube carioca trabalharam trajando a camisa alvinegra. Voos vindo da Argentina, neste domingo, eram animados com a festa de torcedores botafoguenses. Em um deles, o hino do clube foi tocado assim que o avião tocou o solo da cidade que, pelo terceiro ano consecutivo, é a casa da Copa Libertadores da América.