Final de 2017 ao contrário do começo: Jair contestado e pedidos de raça

Se no início do ano o Botafogo era uma referência no quesito entrega e estava em paz também com o goleiro, o mesmo não se repete nas últimas rodadas. Defesa em baixa 

imagem cameraCarlos Ezequiel Vannoni/Eleven
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ) 
Dia 11/11/2017
22:03
Atualizado em 13/11/2017
15:21
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Uma curiosidade marca o fim do ano no Botafogo: o relacionamento da torcida com o time. Foi uma volta de 180°. No último sábado, na derrota de 1 a 0 para o Atlético-PR, no Nilton Santos, mais um capítulo deste casamento abalado, a começar pelo principal lance do jogo: o erro de Gatito Fernández.

A falha do goleiro foi a terceira dele nas últimas cinco rodadas. Boa parte da torcida colocou na conta do goleiro o revés para o Fluminense, também em casa, no último fim de semana, e vê erro do arqueiro no gol do Corinthians, na vitória botafoguense de 2 a 1. Uma parcela - esta bem pequena - também aponta o camisa 1 como bem responsável pela quada na Libertadores, ao não evitar o gol de Lucas Barrios. A torcida que compareceu ao estádio não vaiou Gatito, mas nas redes sociais os botafoguenses pediram a volta de Jefferson.

É uma situação bem diferente da vivida no início do ano, quando ele era incontestável. O auge, claro, foi contra o Olimpia, quando entrou ao longo do jogo, pegou três pênaltis e garantiu o time na fase de grupos da Libertadores. 

Jair Ventura

Antes herói da torcida do Botafogo, por ter levado do Z4 do Brasileirão às quartas da Libertadores, o técnico Jair Ventura já não é mais unanimidade. Pelo contrário. Está mais para contestado do que apoiado. Comprou uma briga com os botafoguenses ao não lançar Leo Valencia por três jogos seguidos. Diante do Atlético-PR, voltou a escalar o chileno, após implorações dos torcedores e de ser chamado de 'burro' pela primeira vez contra o Fluminense. 

Pedidos de raça e vaias

O revés para o Furacão também contou com a torcida pedindo raça ao time, gritos de 'time sem vergonha' e vaias, sobretudo depois do jogo. Um cenário bem diferente daquele do início do ano. O time era uma referência no quesito entrega dentro de campo, mas o Jair garante: isso não incomoda.

- Não chateia. A torcida tem todo o direito (de pedir raça). Quando se trabalha com time grande, com time gigante como o do Botafogo, está sempre sob pressão. Prefiro ser cobrado por classificação à Libertadores do que para sair do rebaixamento. Quando eu cheguei, éramos 17º. Prefiro jogar com o apoio da minha torcida, provamos isso na Libertadores, na Copa do Brasil e no próprio Brasileiro - comentou o treinador, também explicando os gritos de 'sem vergonha'. 

Defesa em fase ruim

Se no início do ano o sistema defensivo era o ponto forte do Botafogo, o mesmo não pode ser dito nesta reta final de 2017. E não só pela falha de Gatito Fernández no gol do Atlético-PR. Nas últimas partidas, o Alvinegro sofreu gols em dez. Só passou em branco no empate em 0 a 0 com o Atlético-MG. Neste período, o time de Jair Ventura sofreu 14 gols. 

Meias em alta com a torcida 

O ano de 2017 começou com uma grande expectativa sobre o que o sistema de criação do Botafogo poderia fazer. Montillo e Camilo eram só alegria, mas ambos, cada um à sua maneira, deixaram a torcida frustrada. Algo bem diferente do que acontece agora. Marcos Vinícius, em fase espetacular, e Valencia, que foi um pedido não atendido da torcida nos últimos três jogos, estão com moral. O chileno, aliás, talvez tenha sido o melhor do Glorioso em campo contra o CAP. Originou dois bons lançamentos, chutou uma falta no fim e levou perigo à defesa rubro-negra. 

*Previamente, constava na reportagem uma volta de "360º", já corrigida.

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