"Estamos numa maré difícil." A frase de Rodrigo Lindoso, logo após a decepção do empate com o Paraná, resume o momento do Botafogo. Drama ao sofrer gol, como neste domingo, drama ao não fazer gol, como nos minutos finais da partida contra o Nacional-PAR, no dia 1º. Fora toda a falta de sorte em diferentes contextos. Todavia, o problema maior do Glorioso é mais antigo.
Lembre-se que o gol deste fim de semana foi de pênalti. Lembre-se das chances criadas, mas tão claramente perdidas por Valencia, Rodrigo Pimpão e Luiz Fernando. A falta de consistência de quem joga no setor criativo do Alvinegro se tornou um problema crônico.
Tanto que nem com Felipe Conceição, nem com Alberto Valentim, tampouco com Marcos Paquetá houve titulares incontestáveis, especialmente nas pontas. Valencia até tem sido mais frequente. Porém, a falta de paciência da torcida comprova que ele ainda não agrada de todo.
Por outro lado, a defesa alvinegra mostrou menos erros primários do que vinha ocorrendo. Relevada a fragilidade do time paranista, a má fase técnica de tantos jogadores pode ser espantada com uma eventual classificação na quinta-feira e com a consequente retomada de confiança.
Em duas entrevistas coletivas antes da estreia, Zé Ricardo citou o trabalho de Jair Ventura no Botafogo. Nitidamente é a referência - ou a inspiração - de como ele deseja ver o time que, agora, comanda. O atual treinador do Glorioso terá trabalho para repetir aquela campanha. Na tabela, falta pouco. Na bola, muito.