Uma vitória não passa pelo imaginário do Botafogo há muito tempo. Para ser preciso, por 62 dias. O clube de General Severiano não sabe o que é um resultado positivo desde este período. Nesta sexta-feira, completam-se dois meses - no sentido do dia no mês - do triunfo do Alvinegro: contra o Sport, na Ilha do Retiro, em 11 de outubro.
Na época, a equipe comandada por Bruno Lazaroni superou o Leão por 2 a 1 com gols de Keisuke Honda e Caio Alexandre. No fim, ainda se segurou de uma pressão do Sport em busca do empate. Com o resultado, o Alvinegro chegava a 18 pontos no Brasileirão, subia ao 12º lugar e saía da zona de rebaixamento.
Desde então, o clube de General Severiano acumulou onze partidas e quatro treinadores - praticamente a média de um comandante dirigindo a equipe por 2,75 partidas. A sequência, contando todas as competições, é de oito derrotas, sendo seis seguidas, e três empates.
Neste período - seja de forma interina ou não -, o Botafogo foi dirigido à beira do gramado por Bruno Lazaroni, Flávio Tênius, Emiliano Díaz, auxiliar de Ramón Díaz, impossibilitado de comandar a equipe por estar se recuperando de uma cirurgia no Paraguai, e Felipe Lucena, auxiliar de Eduardo Barroca, que não podia ficar nas dependências do clube por estar diagnosticado com Covid-19.
Durante esses dois meses, o Botafogo foi eliminado da Copa do Brasil para o Cuiabá - derrota no Nilton Santos e empate sem gols no Mato Grosso - e entrou na zona de rebaixamento do Brasileirão. Para ser preciso: afundou no Z4: a distância para o Sport, primeira equipe fora da degola, é de cinco pontos.
O jejum de resultados positivos trouxe à tona uma crise dentro e fora dos gramados para o Botafogo. Além da falta de vitórias, o Alvinegro convive com problemas internos envolvendo a falta de apatia de alguns jogadores durante as derrotas e com as tamanhas mudanças no comando técnico. São 62 dias de um cenário de filme de terror.