Muitas referências técnicas e líderes do vestiário deixaram o Botafogo ao fim da última temporada. Jefferson, Rodrigo Lindoso, Dudu Cearense, Luís Ricardo são alguns dos nomes que partiram e diminuíram a expressividade do elenco alvinegro. Um problema? Só saberemos com o decorrer da temporada, mas o fato é que um jogador tem o perfil ideal para ser "o cara" em 2019: João Paulo.
João Paulo já afirmou estar com "fome de bola", sobretudo após ter ficado oito meses longe dos gramados para recuperar de graves fraturas (tíbia e fíbula). Logo depois de anunciar a sua renovação de contrato, agora a expirar em dezembro de 2022, o meio-campista chegou a responder sobre a disposição e o aumento da responsabilidade, justamente pela saída de outros medalhões.
- Vejo com naturalidade. A gente conquista as coisas dentro do clube. Mesmo com pouco tempo de clube, é meu terceiro ano, tenho identificação com o grupo, com a torcida. Isso é muito pelo que faz em campo. Sempre procuro entregar tudo em campo. Quem chega, tem que mostrar isso, mas já vejo isso nos treinos. A liderança vai aparecendo aos poucos. Capitão é mais simbólico, porque todos têm liberdade de liderar à sua maneira - disse João, em coletiva.
A tendência é que a faixa de capitão fique entre João Paulo e Carli. Já a citada identificação do jogador com a torcida tem a ver justamente com o espírito aguerrido do camisa 8, que também é um norte técnico na faixa central de campo.
Desde os primeiros jogos, ainda em 2017, sobretudo na marcante campanha da Libertadores, os botafoguenses puderam constatar que João Paulo não sentira o peso da camisa. Ao contrário, ele chamou a atenção por assumir a responsabilidade técnica nas construções das jogadas.
Aos microfones, João Paulo também externou que precisa se readaptar no quesito físico para que retorne a esses seus "padrões". Nos treinos da pré-temporada, o que vemos é o volante sendo destacado para iniciar as saídas de bola em trabalhos táticos, atuando até mesmo como uma espécie de coringa.
A respeito da titularidade desde os primeiros jogos, contudo, João Paulo preferiu não cravá-la, embora seja quase inconcebível não imaginarmos um time-base sem João Paulo como a esperada referência no meio-campo.
- Tivemos 12 sessões de treinos e participei de todas de maneira inteira. Fico muito feliz por isso. Agora é adaptar meu corpo para encarar a rotina de jogos. Iniciar ou não como titular, isso é mais para frente - salientou.
João Paulo tem 27 anos e não é um típico "camisa 10". Joga por trás do meia e, até por isso, não é muito de ir às redes. Em 70 jogos pelo Botafogo, marcou apenas três gols. Independente disso, para 2019, um João de novo contrato e de confiança renovada é a maior esperança para ser "o dono" do time de Zé.