Joel Carli: perto do adeus, o Xerife de alma alvinegra deixa um legado para a torcida do Botafogo

Defensor está à disposição de Luís Castro para duelo com Magallanes, no Nilton Santos

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O Botafogo se despede nesta quinta-feira (29) de um de seus nomes mais emblemáticos da atual geração. A partida com o Magallanes, no Nilton Santos, pela primeira fase da Copa Sul-Americana, marca a despedida dos gramados do zagueiro Joel Carli, que cada vez mais se mostra identificado com o coração alvinegro.

Com 189 jogos e o posto de estrangeiro que mais vestiu a camisa do Glorioso, o argentino deixa lembrança de título e de como soube, com naturalidade, ascender como líder do clube dentro e fora de campo. Tamanha identificação fará o "Xerife" seguir no Botafogo após pendurar as chuteiras.

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DA AFIRMAÇÃO AO POSTO DE HERÓI

Carli levanta a taça do Carioca: responsável por encaminhar a equipe para o título (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)

Em dezembro de 2015, Carli se tornou o primeiro reforço do Alvinegro para a temporada seguinte. O defensor vinha do Quilmes (ARG), com a missão de suprir ausências de jogadores com Diego Ghiaretta e Alisson. E, com atuações firmes, pouco a pouco foi se impondo com a camisa do clube. Além de ser comparado com jogadores como Gonçalves, Mauro Galvão e Wilson Gottardo, ele teve a melhor média entre zagueiros argentinos no seu primeiro ano no clube.

Seu desempenho como parceiro de Emerson E Emerson Silva foi relevante para que o Alvinegro conseguisse engrenar na temporada e se garantir na Copa Libertadores de 2017. O atleta também se tornou capitão na ausência de Jefferson e um dos pilares do clube.

E, em 2018, teve um momento efetivamente glorioso. O Botafogo havia perdido por 3 a 2 para o Vasco no jogo de ida da final do Campeonato Carioca. No jogo de volta, após um embate acirradíssimo, Carli aproveitou uma sobra na área vascaína e fez o gol da vitória botafoguense. O mais histórico dos seus dez gols pelo Alvinegro abriu caminho para o título carioca, conquistado nos pênaltis.

DE DESAFIOS A UMA (BREVE) DESPEDIDA

Referência em meio a momento conturbado (Foto: Vítor Silva/Botafogo)

O ano de 2019, porém, trouxe uma sucessão de desafios para o argentino. O camisa 3 foi relevante ao se tornar uma das vozes dos jogadores diante dos problemas salariais que o Botafogo atravessava.

Porém, o capitão botafoguense conviveu com lesões e ficou de fora de parte da temporada. Sua ausência refletiu no desempenho da equipe. Mas, com a falta de ritmo, Carli teve de lutar para retomar o seu espaço no elenco.

Em junho de 2020, Carli deixou o clube por ter um salário considerado alto para os padrões do Glorioso. Sua lembrança de fim de trajetória no Botafogo se desenhava conturbado. Só que este período significou um mero "até breve".

RETORNO COM MAIS UM TÍTULO

Carli de volta: essencial para a conquista da Série B (Foto: Vítor Silva/Botafogo)

Após uma passagem pelo Aldosiví (ARG), o Xerife retornou ao Botafogo quando a equipe estava na Série B e comprovou o quanto era essencial. Sua parceria com Kanu encaixou sob o comando de Enderson Moreira e ajudou a conduzir a Estrela Solitária de volta à elite como campeão.

Embora tenha lidado com lesões em 2022 e perdido espaço para Adryelson e Cuesta, a dimensão de Carli continuou a ser forte em um Botafogo que passou por transição para o modelo de SAF. "El Capitán" chegou a ser lançado em alguns momentos e, aos poucos, começou a entrar em clima de despedida.

CHEGANDO A HORA...

Carli: cidadão carioca e de alma alvinegra (Thiago Mendes / W9Press / Lancepress!)

Após duas partidas neste ano, Joel Carli tem possibilidade de entrar em campo logo mais, diante do Magallanes. Internamente, a partida não é tratada com ares festivos, devido ao que está em jogo para o Botafogo na Copa Sul-Americana. Porém, por toda a história que escreveu pelo clube, o coração alvinegro baterá mais forte ao ver o último momento do "Xerife" em campo em uma partida oficial.

O argentino de 36 anos com alma alvinegra e que se tornou cidadão carioca em 2022 projeta novos sonhos. Mas os sonhos seguem com o Glorioso, com um cargo nas categorias de base do Alvinegro. O olhar do argentino passa a ser o de escrever história de outra maneira pelo clube.

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