Após a partida entre Botafogo e Flamengo, na última terça-feira, no Ginásio Oscar Zelaya, Gustavo De Conti, treinador do Rubro-Negro falou sobre o alívio que sentiria nas finais, já que Franca, adversário do Fla na decisão, "não dá rasteiras". Léo Figueiró, comandante do Alvinegro, comentou sobre a afirmação do comandante do clube da Gávea.
- O que posso falar é que eu treinei com a equipe o ano inteiro, para jogar um bom basquete, com padrão ofensivo e defensivo. A gente conseguiu praticar um bom jogo durante o ano e foi isso que levou a gente entre os quatro melhores times do país. Não oriento e nunca orientei minha equipe para jogar sujo nesse sentido - afirmou.
O treinador reiterou que sua equipe jamais adotou uma postura violenta em qualquer partida. Durante a temporada, foi o Botafogo que sofreu com lesões - como, por exemplo, com Henrique Coelho e Murilo Becker -, e nenhum atleta rival, na atual temporada, se lesionou em uma partida contra o Alvinegro.
- As pessoas acreditam em contextos, mas eu não posso falar sobre os outros, posso falar sobre o meu trabalho. Minha consciência está tranquila que foi um trabalho bem feito, para jogar um basquete de alto nível. O objetivo foi conquistado. Minha postura como treinador não manda nenhum jogador bater em outro, não faz parte da minha índole - completou.
Nas redes sociais, repercutiu-se muito que uma das declarações sobre as chegadas mais violentas de Gustavo De Conti foi direcionada, de forma indireta, a Henrique Coelho, armador do Botafogo.
- O Coelho é o capitão da equipe. Foi um jogador muito compromissado durante toda a temporada, é um jogador muito intenso. Não posso falar nada sobre uma coisa subentendida. Se o Gustavo não quis comentar um nome, é com ele - analisou Léo Figueiró.
Relação com Gustavinho
Léo Figueiró e Gustavo De Conti são dois dos nomes mais promissores da 'nova' geração de treinadores do basquete brasileiro. O comandante do Rubro-Negro jogará a segunda final de NBB de forma consecutiva, enquanto que o técnico do Alvinegro alcançou as semifinais da competição no primeiro ano como treinador principal.
Os dois sempre conversam, seja antes ou depois dos jogos entre Botafogo e Flamengo. No Ginásio Oscar Zelaya, após a vitória do Rubro-Negro, não foi diferente. O comandante do Alvinegro comentou sobre o que havia falado com Gustavo De Conti após o apito final.
- Ao contrário do que as pessoas podem pensar, eu e Gustavo conversamos muito sobre basquete. A gente tem uma relação muito boa e de respeito. Sempre falamos sobre as coisas que estão acontecendo. Ali, falamos mesmo do final da temporada, parte tática e eu desejei boa sorte para ele na final. Temos muito respeito um pelo outro - comentou Léo Figueiró
- É complicado porque eu não estava na hora que ele deu a entrevista. Não fiquei admirado com o que ele falou, porque isso deu muitas interpretações sobre o que o Gustavo pensa e sobre o meu trabalho. Como eu não vi falando, é muito difícil. Eu não acredito que ele tenha tido essa intenção. No calor do jogo, o contexto que pareceu é algo que não condiz muito com as conversas que nós temos - finalizou.
Problemas antigos
Semifinalistas do NBB, o clima entre Botafogo e Flamengo não é amigável desde o Campeonato Carioca, disputado em setembro do ano passado. Na final da competição, em um dos jogos disputados no ginásio do Tijuca Tênis Clube, Anderson Varejão deu um soco em Arthur Bernardi, ala do Alvinegro, após os dois se desentenderem.
Desde então, as partidas entre Botafogo e Flamengo, além da intensidade e bom jogo exercido pelas duas equipes, são marcadas por muitas reclamações e tensões dentro da quadra. Apesar de haver um respeito mútuo quando a bola não está em jogo, o buraco desta briga é mais fundo do que parece.