A vida de Carlito Rocha, uma das figuras mais importantes do Botafogo, vai virar livro. A obra "Somos todos Carlito", do jornalista Rafael Casé, será lançada nesta terça-feira, a partir das 19h, no Salão Nobre da sede de General Severiano. A publicação conta diversas histórias desse emblemático personagem do Glorioso que mostram o quanto ele representa para o clube.
- Carlito Rocha tem uma importância fundamental para o Botafogo. Primeiro pela sua dedicação. Foi jogador, técnico, preparador físico, nutricionista, sócio benemérito, dirigente, presidente e até guru. Mas, a maior de todas as contribuições de Carlos Martins da Rocha para o clube foi a luta dele contra a venda da sede de General Severiano - disse Rafael Casé ao LANCE!.
O livro traz crônicas relatando os feitos de Carlito. Desde os mais conhecidos, como a sua relação com Heleno de Freitas e a adoção do cachorro Biriba como mascote, até um lado do ex-dirigente que vai muito além das suas superstições. Tudo acompanhado por mais de 150 fotos.
O trabalho de pesquisa para escrever a obra durou cinco anos. Rafael Casé é autor de outros livros sobre o Botafogo, como "100 anos gloriosos", com Roberto Falcão; "O artilheiro que não sorria" (sobre Quarentinha); "21 depois de 21", com Paulo Marcelo Sampaio; "Como esta estrela veio parar no meu peito" e "95: a tua estrela brilha", com Claudio Portella. Ele também organizou o livro "O Velho e a Bola", com textos de Maneco Muller.
Confira a entrevista com o autor:
Como surgiu a ideia de escrever o livro?
Rafael Casé: Esse livro sobre o Carlito já estava na minha cabeça há muito tempo, outros foram passando à frente, porque ele exigia um trabalho de pesquisa muito grande, tanto de texto, quanto de imagens. De repente, foi como se Carlito me cutucasse. Tive uma ideia de um capítulo e escrevi. Os outros foram saindo naturalmente e quando vi, o livro estava pronto.
Como foi essa briga do Carlito contra a venda de General Severiano?
Ele comandava um grupo que era radicalmente contra. Foi derrotado, a sede foi vendida. Mas, Carlito deu um golpe de mestre. Foi a Brasília e conseguiu o tombamento do casarão colonial da sede. Com isso, a Vale do Rio Doce, que havia comprado o terreno, não poderia colocar a construção abaixo e perdeu parte do terreno que precisava para construir sua sede. O terreno virou um mico preto na mão da empresa e no começo dos anos 1990, o Botafogo conseguiu negociar a retomada da área.
Quanto tempo demorou a pesquisa e como foi estruturado o livro?
Foram 5 anos de pesquisa. E o livro está estruturado em crônicas que falam de aspectos da vida de Carlito. Cada capítulo é uma historinha deliciosa e independente. O livro tem um tom de prosa. Uma biografia romanceada do velho dirigente. Não é um livro apenas para botafoguenses, mas para todos que adoram o esporte.
Conte algumas histórias que o leitor vai encontrar no livro...
Por exemplo, tem a atuação dele como juiz de futebol, como remador, as suas superstições, a relação com Heleno de Freitas, a adoção do Biriba como mascote...Um pouquinho de tudo que ele viveu na dedicação ao Botafogo e ao esporte brasileiro.
Tem alguma história do Carlito no livro que é inédita ou pouco conhecida?
Geralmente a gente, quando fala de Carlito Rocha, só pensa nele como um sujeito caricato, cheio de manias e crendices. Não que ele não adorasse superstições, mas Carlito foi muito mais do que isso e o livro com certeza vai surpreender as pessoas. Um exemplo é a luta quase quixotesca na primeira eleição de João Havelange para a CBD (atual CBF). Mesmo sabendo que iria perder feio, Carlito aceitou encabeçar uma chapa de oposição, pois via em Havelange algo de ruim: um desejo de poder, ao invés de boas intenções. E, se pensarmos o tempo que João Havelange passou à frente da CBD e depois da Fifa, com direito a muitas irregularidades, Carlito não estava tão errado assim.
Serviço:
Livro: Somos todos Carlito
Editora: Gryphus
Data do lançamento: 21 de agosto de 2018
Local: sede de General Severiano (Av. Venceslau Brás, 72 - Botafogo - RJ)
Horário: a partir das 19h