Desde que assumiu o Botafogo, o meio-campo é o setor que dá mais dores de cabeça a Eduardo Barroca. É nesta posição do gramado que o treinador fez mais mudanças na equipe titular. Apesar de ter uma formação tática definida, com três homens um setor - um volante recuado e dois mais avançados - o comandante ainda não achou os nomes para compor a escalação.
Em um cenário de tantas dúvidas, um jogador, aos poucos, vai se colocando como certeza. Cícero, nas últimas semanas, vem acumulando atuações convincentes e tornou-se figurinha carimbada na escalação titular de Eduardo Barroca. Na vitória sobre o CSA, no último domingo, inclusive, o atleta marcou o primeiro gol do Botafogo.
A novidade é que Cícero vem atuando como primeiro homem de meio-campo. No Grêmio, último clube que jogou antes de assinar com o Botafogo, foi usado, na maioria das vezes, como centroavante. Desde que chegou ao Alvinegro, o atleta de 34 anos destacou a sua polivalência, mas Barroca indica que o caminho de Cícero no clube de General Severiano será, realmente, na posição mais recuada do meio.
A ideia de Eduardo Barroca é qualificar a saída de bola desde o campo de defesa, o que pode ajudar na troca de passes. É comum ver Cícero, na origem das jogadas, recuando para ficar ao lado dos zagueiros e, assim, conduzir a bola até o meio-campo. Após a vitória sobre o CSA, em Alagoas, o atleta falou sobre a nova função.
- Tenho 34 anos e estou me sentindo bem fisicamente, fazendo uma função mais defensiva, onde nossa equipe se encaixou. A gente está um pouco mais recuado, chega um pouco menos na área, mas a equipe está na área e ganhando uma identidade. Muito gratificante e só me motiva a trabalhar mais - analisou o jogador.
Mesmo em uma faixa mais recuada do meio-campo, Cícero não perdeu uma de suas principais virtudes: o posicionamento dentro da área e o cabeceio. Desde que assumiu a posição de primeiro volante, o jogador marcou dois gols, ambos perto do gol adversário. Após um começo irregular, o meio-campista vem se colocando como uma das peças essenciais do time de Eduardo Barroca.