O que explica a queda de rendimento ofensivo do Botafogo?

Glorioso não vence há três jogos e vê dificuldade para voltar a marcar gols

imagem cameraArtur Jorge, técnico do Botafogo, durante partida contra o Vitória, no Nilton Santos, pelo Campeonato Brasileiro A 2024. (Foto: Jorge Rodrigues/AGIF)
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Isabelle Favieri
Rio de Janeiro
Dia 25/11/2024
05:45
Atualizado há 51 minutos
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O empate por 1 a 1 com o Vitória, no último sábado (23), pela 35ª rodada do Campeonato Brasileiro, escancarou problemas que já estavam sendo desenhados nas partidas anteriores: a dificuldade do Botafogo quebrar a marcação de times na retranca. Nas últimas três partidas, foram três empates frustrantes que pareceram não fazer jus à síntese dos confrontos.

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Os tropeços recentes têm algo em comum: todos foram contra times que não foram para cima da equipe de Artur Jorge, e decidiram jogar com três zagueiros, linha de cinco e apostando nos contra-ataques. Com um 'mar' de jogadores na grande área, o Glorioso se viu rendido a cruzamentos e chutes de fora da área que não conseguiram encontrar as redes. Mas, o que mudou para o Alvinegro perder o poderio ofensivo?

Até a 32ª rodada, quando venceu o Vasco por 3 a 0, no Nilton Santos, o Botafogo tinha o melhor ataque do campeonato e abria uma vantagem de seis pontos para o então vice Palmeiras. Desde então, não conseguiu mais balançar as redes e somou apenas três pontos com tropeços que custaram o topo da tabela.

Antijogo adversário

Contra o Cuiabá, em casa, foi a última vez que o treinador escalou 100% a equipe titular, e consequentemente, apesar do resultado, foi a melhor atuação do time dos últimos três duelos. Foram 28 finalizações, 75% de posse de bola e mais de 640 passes trocados. Porém, os donos da casa não contavam com a cera do adversário, defesas milagrosas e uma linha de cerca de oito jogadores na defesa. Ao fim do jogo, apenas sete minutos foram acrescentados.

A história se repetiu contra o Atlético-MG, com diversos faltas e bate-bocas durante a partida, o duelo se tornou mais tenso com o passar do tempo, levando a uma expulsão para o Galo e duas para o Glorioso, além da confusão generalizada entre a comissão alvinegra e seguranças do estádio. Oito minutos foram acrescentados.

O duelo contra o Vitória talvez tenha sido a pior atuação da equipe dentre os três empates. Mas, de novo, a cera adversária causou a quebra de ritmo de jogadas de ataque. Seis minutos foram acrescentados.

Esquema de três zagueiros

A partir do empate contra o Cuiabá, as equipes entenderam o que era preciso fazer para se tirar pontos do Alvinegro. Após a expulsão de Rubens, no duelo contra o Atlético-MG, Gabriel Milito fechou o time, e o que se viu foi um jogo de um time só. O Botafogo atacava, e o Galo defendia. Foram 27 finalizações e nenhum gol. Assim foi a história dos três jogos idênticos. Contra o Dourado, foram 28 finalizações, e 23 contra o Vitória.

Em momento de desespero, Artur Jorge opta por colocar todas as armas no ataque. No duelo deste sábado, o jogo terminou com cinco atacantes alvinegros em campo. Apesar de ter aumentado as chances de perigo e a pressão no final do jogo, não tiveram tempo o suficiente para quebrar a marcação.

Antes disso, a falta de criatividade foi um dos principais fatores para a queda no volume ofensivo. As jogadas se resumiram em cruzamentos na área, que acabam sobrando para algum jogador adversário rebater e partir em um contra-ataque. Com muitos jogadores na grande área, o jogo de movimentação e troca de passes rápidos entre o quarteto ofensivo ficou comprometida, resultando em lançamentos constantes.

Desfalques importantes

A Data Fifa foi um empecilho nas últimas duas rodadas. Com sete jogadores convocados por suas seleções, Artur Jorge precisou rotacionar o equipe para não sobrecarregar a parte física dos atletas que não descansaram durante o período. Por isso, a falta de treino e desgaste físico, fizeram com que o quarteto titular (Almada, Savarino, Luiz Henrique e Igor Jesus) não conseguissem atuar juntos. Com a expulsão de Luiz Henrique contra o Galo, o camisa 7 não pôde atuar contra o Vitória, e Júnior Santos assumiu a posição.

Luiz Henrique e Igor Jesus comemoram classificação para a final da Libertadores contra o Peñarol. (Foto: Vitor Silva/Botafogo)

Seca de Igor Jesus

Depois do início meteórico, o camisa 99 vive o seu maior jejum de gols na carreira. Ao todo, são oito jogos sem balançar as redes (cinco pelo Glorioso e dois pela Seleção Brasileira). O último gol foi há um mês, no dia 23 de outubro, contra o Peñarol, no jogo de ida das semifinais da Libertadores. A última vez que passou tanto tempo sem balançar as redes, foi entre agosto e dezembro de 2023, pelo Shabab Al-Ahli, quando ficou sem marcar durante sete jogos. Pelo Botafogo, o centroavante soma oito gols e quatro assistências em 27 jogos.

⚔️ 7 jogos (6 titular)
⚽️ 0 gols
🅰️ 0 assistências
❌ 5 grandes chances perdidas
👟 21 finalizações (5 no gol)
🔑 3 passes decisivos
💨 3/9 dribles certos

Na próxima terça-feira (26), o Botafogo terá um cenário diferente pela frente. Em um duelo com gosto de final contra o Palmeiras, no Allianz Parque, a equipe carioca vai encarar um time que precisa buscar o resultado dentro de casa e, por isso, deve sair do campo de defesa. Nessas condições, o Glorioso levou a melhor sobre o Alviverde duas vezes nesta temporada. Empatados em pontos, o Alvinegro precisa deixar a ansiedade para trás, e reencontrar o caminho das vitórias no jogo mais importante do campeonato até aqui. A bola rola a partir das 21h30 (de Brasília).

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