Pedrinho x John Textor: entenda como começou discussão sobre fair play financeiro

Dono do Botafogo explicou termo e cutucou clubes envolvidos

imagem cameraJohn Textor, do Botafogo, e Pedrinho, do Vasco, trocam farpas sobre fair play financeiro. (Foto: Lance!)
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Isabelle Favieri
Rio de Janeiro
Dia 05/09/2024
15:39
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Na última quarta-feira (4), John Texor compareceu à apresentação de Adryelson e Vitinho, reforços do Botafogo, e respondeu sobre as recentes discussões sobre 'fair play financeiro' no futebol brasileiro. O empresário chamou o termo de fraude e cutucou o presidente do Vasco, Pedrinho.

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A expressão voltou a ser pauta depois da goleada do Botafogo sobre o Flamengo por 4 a 1, no Nilton Santos, pela 24ª rodada do Brasileirão. Após a partida, Rodolfo Landim, presidente rubro-negro, enviou uma mensagem no WhatsApp falando sobre fair play financeiro e citando o investimento do Alvinegro em contratações na temporada.

– Acho que só neste ano eles já investiram 75 milhões de euros (cerca de R$ 450 milhões), ou seja, aproximadamente o número que você apresentou como sendo desde 2021. Isso para um clube que teve um faturamento de R$ 322 milhões no ano passado. Sejam bem-vindos aos tempos de SAF sem fair play financeiro. - disse o dirigente, por mensagem.

Em seguida, aconteceu uma reunião na sede da CBF, na última segunda-feira (2), com representantes de Flamengo, Fluminense, Vasco, Palmeiras, São Paulo, Fortaleza, Internacional e Atlético-GO, além de dois representantes da Série B e um da Série C, para discutir medidas a serem tomadas em 2025, à respeito do tema.

No encontro, foi discutido uma possibilidade de análise para a implementação do fair play financeiro no Brasil. Por fim, os clubes decidiram marcar uma nova reunião da Comissão para tentar avançar no modelo.

Ao ser questionado sobre a assunto, John Textor respondeu que o termo, apesar de parecer óbvio, tem um significado complexo. O americano se defendeu dizendo que os investimentos feitos no Botafogo não são nada além do exigido no contrato, respaldado pela Lei da SAF.

– Eu assinei um contrato que diz que eu preciso investir no clube, nos estabelecimentos e nos jogadores. Quando eu cheguei, tínhamos apenas três jogadores que já haviam jogador na Série A. Então eu precisei construir um time. O contrato me exige que eu invista, e eu estou investindo.

– Então quando as pessoas falam que eu gasto muito mais dinheiro do que Palmeiras e Flamengo, é claro que gastamos, nós tivemos que construir um elenco do nada. Eles já tinham um time e uma base, onde jogadores como Endrick despontam do nada. Eu tive que construir um plantel de 27 jogadores em quatro semanas para sermos competitivos na Série A. Nós somos exigidos pela lei e pelo contrato para fazer exatamente o que estamos fazendo.

Em seguida, o Textor citou o Vasco em sua argumentação, questionando a presença do presidente Pedrinho na reunião da CBF, quando o próprio Cruz-Maltino tentou implementar um sistema de SAF.

– Estou construindo uma relação com o Pedrinho, do Vasco, acabei de conhecê-lo. Vasco tentou uma SAF. O contrato deles convidou um investidor que era exigido investir bem mais do que eu preciso investir. Então, eu acho peculiar o Pedrinho estar nessa reunião hoje, falando sobre fair-play financeiro, só porque a SAF dele não funcionou. E agora estão em uma reunião, que nós nos fomos convidados, para reclamar de quanto estamos gastando. Se 777 ainda estivesse nos trilhos, o Vasco estaria fazendo o mesmo agora.

Pedrinho, por sua vez, rebateu as alegações do dono do Botafogo, negando que esteve presente na reunião de segunda-feira, e afirmando que Textor mentiu em suas 'insinuações'.

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Veja o comunicado do Vasco:

"John Textor, na sua insistência de falar o que não sabe, mentiu ao afirmar que eu estava presente na reunião da Comissão Nacional de Clubes. O Vasco foi representado pelo nosso CEO, Carlos Amodeo.

Causou-me estranheza maior a afirmação de que tem “conhecimento do contrato da SAF que o Vasco fez com a 777”, uma vez que o contrato citado é regido por cláusulas de confidencialidade e o acesso aos termos é restrito.

Recentemente, ao se desculpar em público, afirmou que “não conhecia os fatos do desastre da 777”, mas, agora, ao “conhecer” o contrato da VascoSAF, John Textor mostra que não entendeu uma única linha e que não sabe nada sobre o Vasco.

Por que John Textor se preocupa tanto com a VascoSAF? Por que tenta desqualificar o Vasco em uma relação societária que não lhe interessa?

As pessoas precisam entender, de uma vez por todas, que o Vasco de hoje tem representatividade, e não se calará jamais diante de qualquer insinuação infundada, e ninguém mais vai faltar com o respeito com a instituição que me ensinou o que é ser ético e não mentir.

Pedrinho

Presidente do Club de Regatas Vasco da Gama"

Pedrinho, presidente do Vasco, em São Januário. (Foto: Thiago Ribeiro/AGIF)
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