A turbulência nos bastidores do clube associativo do Botafogo teve mais um capítulo nesta sexta-feira (16). Após o Conselho Fiscal ter orientado a rejeição das contas de sua gestão em 2022, o presidente Durcesio Mello enviou uma carta aberta aos sócios do Alvinegro. O dirigente detalhou o estado no qual o clube estava e apontou melhorias feitas até o momento.
- Mourisco Mar com a piscina furada. As duas quadras externas cobertas estavam completamente esburacadas, sem tabelas e com dezenas de goteiras. O aquecimento da piscina semiolímpica estava quebrado, a nossa tradicional escolinha não estava funcionando, a piscina social se encontrava em mau estado de conservação, sem atendimento da lanchonete e com o piso sujo e cheio de rachaduras. O casario onde funcionam o restaurante e o bar do deck estava deteriorado - destacou Durcesio.
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Em seguida, o mandatário ressaltou:
- Estamos ainda hoje debruçados em solucionar esse problema que herdamos. O projeto está pronto e buscamos agora alternativas financeiras para fazer frente a uma reforma milionária - disse.
Além disso, foram exibidas fotos do estado no qual estavam piscinas, quadras e a histórica sede de General Severiano, com infiltrações na parede, piscina esvaziada e suja entre outros problemas. O dirigente valorizou melhorias feitas na sede social.
Além de reformas nas quadras e investimentos em diversos esportes, Durcesio prometeu reabrir a loja do clube.
- A Loja Oficial, abandonada por incompetência e desacertos contratuais, será reinaugurada em até dois meses, recuperada e grandiosa. Graças a um projeto bem estruturado, passará do abandono à rentabilidade, revertendo-se em benefícios para o clube - afirmou.
Durcesio Mello também prometeu um novo museu no casarão clássico da sede social e uma reforma no CT João Saldanha, que não é mais utilizado pelo futebol profissional, abraçando uma nova utilidade. O dirigente assumiu o clube em 4 de janeiro de 2021 e ficará na presidência até o fim de 2024.
Confira a íntegra da carta:
"Caros sócios proprietários e amigos botafoguenses!
Passados pouco mais de dois anos e meio de mandato, gostaria de destacar os principais pontos que marcaram um período de muita luta e avanços.
Como os senhores sabem, em função da pandemia e do atraso do Campeonato Brasileiro de Futebol de 2020, que se estendeu até o fim de Janeiro de 2021, assumimos o clube com o futebol em queda livre, profundamente endividado e lamentavelmente deteriorado.
Precisávamos agir rápido.
Provavelmente, a maioria dos senhores não faça ideia do estado deplorável que se encontrava o clube quando tomamos posse.
Diante das tantas urgências, priorizamos duas que julgávamos mais importantes: a estruturação do futebol, visando o retorno à série A, e o início imediato de uma estruturação organizacional que tornasse possível ao clube um novo ciclo de realizações e conquistas.
Como dissemos, assumimos a gestão com o futebol lamentavelmente desestruturado e praticamente rebaixado, rumo ao pesadelo de mais uma queda para a segunda divisão.
Já naquele momento, decidimos assumir o controle do processo, mesmo que não tivéssemos nenhuma relação com o histórico do time e cientes dos enormes desafios que enfrentaríamos.
Consumado mais um triste rebaixamento, arregaçamos as mangas e partimos para a luta.
O primeiro ato indispensável do nosso plano para o futebol, naturalmente, era voltar à primeira divisão, e foi exatamente isso que fizemos. Retornamos como campeões, dando ainda mais força a essa conquista.
É preciso ressaltar, entretanto que, paralelamente a esse grande esforço, colocamos em curso uma dinâmica sofisticada: estruturar organizacionalmente o clube, preparando-o para vôos mais altos.
Já nos primeiros momentos de nossa gestão, asseguramos que os processos organizacionais e administrativos começassem a avançar. Antes do nosso mandato, tinha sido aprovado previamente, junto ao nosso Conselho Deliberativo, o projeto que denominamos de Botafogo S.A., e tínhamos consciência de que o desafio de sobreviver ao caos financeiro encontrado e buscar um ciclo vitorioso e sustentável para o futebol, passava necessariamente pela constituição da Sociedade Anônima do Futebol.
Com metas estabelecidas e ajustes em andamento, conhecemos John Textor, com sua sólida experiência, além de seus propósitos claros e impactantes. Assim, avançamos nas negociações, dando um salto rumo ao pioneirismo, constituindo a primeira SAF do Brasil.