Com um salário maior do que os três predecessores do ano juntos, Zé Ricardo chegou ao Botafogo sob altas expectativas para pôr o time de volta aos trilhos. O treinador assumiu o clube no início de agosto e estreou com uma frustração: um empate com o Paraná, justamente o adversário desta segunda-feira, no Nilton Santos, quando o treinador completará "um turno" no Glorioso.
De lá para cá, Zé Ricardo comandou o Botafogo em 22 partidas, sendo três pela Sul-Americana e 19 pelo Campeonato Brasileiro, em período cujo aproveitamento é de 50% - com nove vitórias, seis empates e sete derrotas. Os números não impressionam, mas são ofuscados quando o recorte é feito através das últimas cinco rodadas, nas quais o time de Zé demonstra bom rendimento e está invicto, com quatro vitórias e um empate.
"Paquerado" antes mesmo do Botafogo acertar com Marcos Paquetá, na parada para a Copa do Mundo, Zé assumiu com a missão, segundo o próprio, de trazer "intensidade e empenho" - componentes que estavam em falta. Houve dificuldade para encontrar a melhor formação, a princípio.
Inicialmente, o técnico se prejudicou com a saída de Renatinho, seu titular até uma lesão em agosto. Em seguida, passou de fase na Sul-Americana, mas, antes de cair nas oitavas do torneio, conviveu com muita instabilidade, empates em profusão e com a necessidade de contornar a influência dos atrasos salariais. Seu trabalho estava em xeque até o mês passado.
Contudo, Zé ganhou dois trunfos para o positivo mês de novembro: Gatito Fernández e Leo Valencia, que colaboraram diretamente para a evolução da equipe e a atual sequência invicta.
- Sem dúvida que o Zé é importante e tem qualidade. Teve pouco tempo para trabalhar, mas mostrou que tem capacidade para agir com rapidez e eficiência. O grupo tem um potencial muito grande. Eles corresponderam no sentido de avançar para deixar o Botafogo em um lugar mais próximo de suas tradições - comentou Carlos Eduardo Pereira, vice-presidente geral, à "Rádio Brasil".
Zé Ricardo tem vínculo com o Botafogo até o fim do Carioca. Como o mesmo já afirmou, ele e a diretoria ainda não sentaram para tratar da próxima temporada, ou até mesmo de sua saída antecipada - uma hipótese considerável. Hoje, os botafoguenses, que veem o trabalhar render bons frutos e o grupo comprometido, torcem para a essencial manutenção do trabalho.
NÚMEROS DA ERA ZÉ RICARDO
JOGOS: 22
VITÓRIAS: 9
EMPATES: 6
DERROTAS: 7
APROVEITAMENTO: 50%
GOLS MARCADOS: 24
GOLS SOFRIDOS: 26
ARTILHEIROS: Rodrigo Lindoso e Luiz Fernando (ambos com 4 gols)