Na briga por uma vaga na Copa Libertadores, o Botafogo viu seus bastidores ficarem conturbados pelos ecos recentes da saída de Jorge Braga do cargo de CEO do clube. O desgaste chegou à esfera judicial mas vem rendendo trocas de farpas nos últimos dias. Veja o que aconteceu de ambos os lados.
BOTAFOGO: CRÍTICAS NA REDE SOCIAL E NOTIFICAÇÃO A EXECUTIVO
O Alvinegro optou por se manifestar ainda na última segunda-feira (24), um dia antes da publicação da entrevista de Braga ao "GE". Em seu perfil na rede social, o clube acusou o executivo de "promover inverdades, se vitimizar e usar a opinião pública para interferir no seu processo contra o Botafogo".
O Glorioso ratificou sua confiança em uma vitória judicial, reforçando que "Braga está desesperado pois sabe que não vai ter êxito em juízo".
No dia seguinte, o Botafogo notificou o executivo por outro motivo: de acordo com o blog "Panorama Esportivo", de "O Globo", Jorge Braga ainda não teria retirado do seu perfil no Linkedin a informação de que ocupa o cargo de CEO alvinegro. Braga rebateu e disse que a rede social trouxe apenas a sua duração do vínculo com o clube.
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O QUE DIZ JORGE BRAGA
Em entrevista ao podcast "Dinheiro Em Jogo", capitaneado por Rodrigo Capelo no "GE", o executivo queixou-se de amadorismo dos gestores alvinegros e não mediu palavras sobre a razão de sua ação.
- Eu tomei um calote de proporções bíblicas. Daqueles de envergonhar antigas práticas amadoras. O que aconteceu? Antes de a gente celebrar todos os documentos, eu tinha direito no meu contrato a uma bonificação, pela reestruturação, por tirar um clube que valia menos centenas de milhões para uma venda de mais de bilhão - e ressaltou na entrevista divulgada nesta terça-feira (25):
- É um percentual pequeno, menos do que média de mercado, mas que chama atenção porque o crescimento de valor foi muito grande. Ninguém esperava que a venda do Botafogo fosse desse patamar. Como é possível uma transação desse tamanho? Foi porque o Botafogo estava saneado, estruturado, estava na Série A, crescendo receita - completou.
O ex-CEO ainda destacou que recebeu uma proposta financeira de Textor.
- Então, no final do trâmite, antes de a SAF ser transacionada, o John me fez a seguinte proposta. “Jorge, eu entendo o contrato, as suas cláusulas, mas eu preciso de um desconto de 70% do valor que você tem a receber, e eu vou te pagar em três anos, sem juros e sem correção monetária, pela transação, pela recuperação, pela conclusão do negócio, e você segue comigo como CEO. A gente mantém seu contrato nas mesmas condições com o Botafogo. Você aceita?”. Imediatamente, eu aceitei. Então, veja. 70% de desconto, em três anos, sem juros. Eu disse para ele: se é isso que você precisa, e você vai honrar, então eu aceito essa sua proposta - disse.
Braga detalhou que o trato não foi cumprido.
- A partir daí, o que foi prometido nunca aconteceu. Isso foi em 10 de março. Meu contrato foi migrado, as minhas condições, o meu bônus, as minhas cláusulas, eu sou lá o contrato número um de prestação de serviço - afirmou.
Em meio aos atritos externos, o Botafogo vai a campo nesta quarta-feira (26) contra o RB Bragantino no Nilton Santos, pela trigésima-quarta rodada do Brasileirão.