Um sonho antigo do Botafogo está mais próximo de se tornar realidade. Na última quarta-feira, o Vice-Presidente comercial de de marketing alvinegro, Ricardo Rotenberg, confirmou ter conversado por telefone com os gêmeos Rafael e Fábio e comunicado o interesse do clube em ter a dupla no elenco em 2021. Torcedores declarados do clube, os irmãos também já manifestaram publicamente diversas vezes o desejo de atuar pelo clube de coração.
– O Fábio ficou muito emocionado por receber uma ligação de um dirigente do Botafogo. O Rafael também, disseram que são alvinegros até a alma. Liguei para eles e falei: "o Botafogo quer vocês". Mas, sabemos que os contratos deles vão até junho de 2021. Um pré-contrato só seria possível a partir de janeiro. Mas, as portas estão abertas. Eles deram entrevistas, falaram que gostariam de jogar no Botafogo. E respondi de volta: "o Botafogo também quer vocês" – disse Rotenberg em entrevista ao "Canal do TF".
Aos 29 anos, Rafael e Fábio nasceram em em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro. Os dois começaram a carreira juntos nas categorias de base do Fluminense, mas nunca chegaram a atuar no time principal do Tricolor. Em 2006, quando tinham 15 anos, foram descobertos por Alex Ferguson, então técnico do Manchester United (ING). Dois anos depois se transferiram para o clube inglês.
Os irmãos vestiram a mesma camisa durante todo o início de carreira, até o Untied emprestar Fábio para os Queens Parks Rangers, em 2012. Essa foi a primeira vez que os gêmeos foram separados no mundo do futebol. Desde então, os dois não voltaram a jogar na mesma equipe.
Atualmente, os dois atuam como laterais, mas nem sempre foi assim. No início da carreira, Rafael atuava como atacante, porém, mais tarde, acabou assumindo a posição de lateral-direito. Por anos, foi tratado como futuro dono da posição na Seleção Brasileira, mas acabou esquecido depois de um erro na decisão do ouro na Olimpíada de Londres 2012, quando um passe ruim originou o primeiro gol do México. Na partida, o Brasil acabou derrotado por 2 a 1.
Em 2015, Rafael trocou o United pelo Lyon (FRA). Na temporada 2019-2020 vinha sendo o reserva da equipe comandada pelo brasileiro Sylvinho, mais adiante, substituído no cargo pelo francês Rudi Garcia.
Fábio teve mais rodagem que o irmão. Depois de emprestado pelos Red Devils ao Queens Parks Rangers, em 2012, passou também pelo Cardiff City e Middlesbrough, clubes da segunda divisão inglesa. Em 2018, rumou para o Nantes (FRA), onde trocou a lateral esquerda, onde jogava desde os tempos de base para não concorrer com o irmão, pela direita. Nos últimos meses vinha sendo pouco aproveitado pelo técnico Christian Gourcuff.
Dentro da realidade brasileira
Fábio e Rafael têm contrato com os respectivos clubes até 30 de junho de 2021. Desse modo, ficam livres para assinar pré-contrato com qualquer outro clube a partir de 1º de janeiro do próximo ano. Mesmo em meio à pandemia do COVID-19, o Botafogo já se adiantou e manifestou interesse em contar com laterais. O desejo da dupla de atuar pelo clube de coração pode ser a grande vantagem do Alvinegro para fechar negócio.
– Esses gêmeos são maravilhosos, jogam muita bola, são botafoguenses. Adoraria vê-los no Botafogo. Esse assunto é para 2021, mas eles têm que vir para a realidade brasileira, não para a realidade francesa. Adoro eles, o amor deles pelo Botafogo, mas tudo tem sua hora – declarou Carlos Augusto Montenegro, integrante do Comitê Gestor de Futebol, ao Canal do jornalista Venê Casagrande, no final de abril.