O Botafogo desejava Zé Ricardo. Desejava. O técnico agradeceu, mas informou ao clube que está mesmo propenso a aceitar a proposta do Al-Shabab, da Arábia Saudita. Assim sendo, a contagem é regressiva para o acerto com um novo comandante antes do reinício dos trabalhos, na segunda-feira. Seja quem for, o próximo comandante terá de lidar com as virtudes e deficiências do time de Alberto Valentim. Destrinchamos quais são elas.
Se a equipe de Jair Ventura tinha a marcação como característica de destaque, o mais recente ex-treinador conseguiu aprimorar no inconsciente dos jogadores a ofensividade. É verdade que Felipe Conceição deu início a essa mudança, mas, com Valentim, a torcida começou a confiar em mais gols marcados por jogo.
Taticamente, o 4-3-3 se consolidou, mas praticamente só as jogadas pelas laterais geram frutos. Ao menos até a parada para a Copa do Mundo, os treinos não resultavam em produtividade do setor central. A prova disso é a profusão de cruzamentos jogo após jogo.
A marcação alta dos tempos de Palmeiras não se repetiu. No Botafogo, Valentim montou um padrão defensivo de intermediária a intermediária. O que significa que o Glorioso não pressionava sempre a saída de bola, mas também não recuava tanto.
Aliás, falando em padrão, uma das críticas em relação ao último comandante era da falta de critério. Num jogo escalava Kieza, no outro, Brenner; numa partida Valencia era ponta, na seguinte, meia. Na trinca central até João Pedro, pedido pelo treinador foi escalado, mas não convenceu.
Outros ainda buscam melhor momento técnico, como o volante Marcelo. Aguirre segue com expectativa, após ser muito cobiçado e a torcida muito esperar. Espera-se o equilíbrio perdido desde o início da ausência do lesionado João Paulo.