Vice de finanças do Botafogo fala ao LANCE! sobre momento do clube

Luiz Felipe Novis entende que o momento é 'preocupante, mas não desesperador', e projeta vendas de atletas como possibilidade de melhora no fluxo de caixa alvinegro

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A veiculação da notícia do atraso nos salários dos jogadores do Botafogo surpreendeu e causou estranheza em parte da torcida alvinegra. Afinal, nos últimos anos, pagamento depois do dia combinado foi coisa rara. Contudo, os recentes débitos foram se acumulando e, atualmente, a folha de maio é que não foi quitada. O mês de junho vence esta semana.

Na última quarta-feira, o lateral-direito Luis Ricardo deu um voto público de confiança à diretoria, minimizando os atrasos. Ao LANCE!, o vice-presidente de finanças do Glorioso, Luiz Felipe Novis, resumiu o momento atual.

- É uma situação complicada, mas já estava prevista de acontecer. Até reduzimos os custos previstos no orçamento. Os principais problemas foram receitas não realizadas, como vendas e outras coisas, que vão nos apertando. A diretoria toda está se mobilizando para levantar recursos. A situação ainda vai ser um pouco instável até conseguirmos uma venda ou outra coisa - acredita.

As vendas mais prováveis do Alvinegro ainda nesta janela de transferências são dos titulares Matheus Fernandes e Igor Rabello. O zagueiro, inclusive, recusou uma oferta do Akhmat Grozny Chechênia, no valor de ‎€6 milhões pelos direitos econômicos do atleta. A apreensão no clube é grande, e o dirigente se divide entre o presente e o futuro.

- Por enquanto, estamos apagando incêndio. Mas está sob controle. Pagamos quase a metade da folha de maio e o salário dos funcionários estava em dia. Pode ter algum atraso agora na folha de junho, que vence agora. É uma situação preocupante, mas não desesperadora - entende Novis.

Desesperadora, no cenário do futebol, é quando o atraso nos vencimentos dos jogadores gera, judicialmente, a possibilidade de rescisão. Até 2014, alguns casos do tipo aconteceram no clube, como o do lateral-direito Lucas, o do volante Gabriel e do meia Daniel.

Até março de 2016, os vencimentos de jogadores e funcionários do clube esteve atrasado. Após quase dois anos perfeitos, no fim do ano passado houve demora de poucos dias. Feito o acerto, meses depois a sequência de pagamentos voltou a ser em datas tardias.

O Botafogo tinha esperança de manter ou aumentar as receitas do ano passado com a segunda classificação seguida à Copa Libertadores. O que, no fim do Campeonato Brasileiro do ano passado, acabou por não se confirmar.

A dívida total do Alvinegro gira em torno de R$700 milhões. Parcelas do Profut e do Ato Trabalhista, por exemplo, que aumentam de tempos em tempos, diminuem a capacidade de ação do clube no mercado. Todavia, tais acordos permitem a viabilidade do clube.

Houve polêmica entre um valor recebido relativo ao último contrato de televisão assinado. Há quem o interprete como adiantamento, enquanto os dirigentes tratam como luvas. O valor de R$20 milhões caiu no cofre alvinegro em 2016, enquanto R$40 milhões em 2017. Já era sabido que este ano não haveria. O contrato atual é válido até 2020.

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