Anaf entra com queixa-crime contra CBF e Comissão de Arbitragem e fala em ‘punição silenciosa’ a árbitros

Presidente da entidade, Salmo Valentim afirma que há retaliação após críticas do Goiás e da FGF

imagem cameraWilson Luiz Seneme e Ednaldo Rodrigues: alvo de críticas e na berlinda da Anaf (Foto: Divulgação/CBF)
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Lance!
Goiânia (GO)
Dia 10/08/2023
17:17
Atualizado em 10/08/2023
17:48
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A Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf) acionou a Justiça e prestou queixa-crime contra a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o presidente da Comissão Nacional de Arbitragem, Wilson Luiz Seneme. A entidade entrou com uma ação no STJD e fez uma denúncia ao Ministério Público do Trabalho pelo que considera ser uma "punição silenciosa" aos árbitros de Goiás.

Segundo o presidente da Anaf, Salmo Valentim, está em curso um processo de retaliação à arbitragem goiana. O motivo foram as críticas feitas pelo Goiás e ratificadas em nota pela Federação Goiana de Futebol (FGF) no fim do mês de julho, a Seneme e à Comissão de Arbitragem.

Segundo a entidade, nenhum árbitro goiano foi escalado para jogos das Séries A, B, C ou D, ou demais competições organizadas pela CBF.

- A “punição silenciosa” que ele impetrou contra os árbitros de Goiás que estão há três rodadas fora de TODAS as competições da CBF, em razão de a Federação Goiana de Futebol ter concordado com a crítica que o Goiás E.C. fez em relação a arbitragem, comprova não só o seu desserviço, como atesta que enquanto os árbitros forem reféns da CBF, essa prática continuará acontecendo - diz Salmo Valentim, em trecho da nota.

O presidente da Anaf ainda detalhou.

- A arbitragem goiana está sendo desrespeitada nacionalmente e nós não iremos permitir que isso ocorra e nada seja feito. Além da QUEIXA CRIME no Superior Tribunal de Justiça Desportiva - STJD, buscaremos também todos os meios para que os árbitros não sejam mais tratados como lixo, porque é exatamente isso o que Wilson Seneme está fazendo neste e, em diversos outros episódios que expõem cada dia mais a categoria de forma negativa - afirmou.

O Lance! entrou em contato com a CBF. A entidade máxima do futebol nacional contestou a representatividade da Anaf perante as divisões do futebol nacional, mas optou por não comentar o assunto.

Procurado pela reportagem, o presidente da FGF, Ronei Freitas, preferiu não se manifestar publicamente. O Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado de Goiás (SAFEFO) não deram retorno até o momento. No último fim de semana, o Goiás voltou a fazer duas críticas ao comando da CBF e da arbitragem brasileira. Presidente do Esmeraldino, Paulo Rogério Pinheiro definiu a arbitragem nacional é "chacota no mundo" e cobrou mais ação de Ednaldo Rodrigues: "Saia do ostracismo".

O início da animosidade aconteceu após a vitória de 1 a 0 do Goiás sobre o Cruzeiro, no dia 23 de julho, pela 16ª rodada da Série A. O mandatário disparou contra Seneme e a Comissão de Arbitragem. Além do pênalti marcado para o Santos na rodada anterior, no duelo entre esmeraldinos e cruzeirenses foi questionada a não marcação de penalidade após toque de mão do zagueiro Oliveira.

A FGF endossou a crítica feita pelo Goiás em relação ao lance da partida contra o Cruzeiro, o que teria desagradado a CBF e gerado a "punição silenciosa", segundo Salmo Valentim. De acordo com o presidente da Anaf, mais de 100 jogos foram realizados sem a escalação de nenhum membro do quadro da FGF, na função de árbitro, assistente ou Árbitro de Vídeo (VAR).

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