O diretor de competições da CBF, Manoel Flores, explicou o motivo pelo qual a entidade não pode cancelar a partida entre Chapecoense e Atlético-MG, pela última rodada do Brasileiro, programada até o momento para a Arena Condá, na cidade devastada pela tragédia que matou o time quase inteiro, além de dirigentes e da comissão técnica.
Em entrevista ao Sportv, Manoel alegou que o regulamento geral de competições não prevê cancelamento, mesmo em situações extremas como essa.
- É uma semana muito difícil para todos nós. Estamos lá em Medellín com equipe nossa, cuidando do envio dos corpos para o Brasil. Mas não há dispositivo no regulamento que preveja o cancelamento. É importante registrar que a questão protocolar é a presença da arbitragem encerrando a partida. Isso é uma questão puramente legal, de procedimento que precisa ser tomado - disse Manoel, confirmando o envio do ofício do Atlético-MG, avisando que não enviará equipe para a partida:
- O Atlético-MG protocolou ofício com motivos que o levará a não ir ao jogo. Obviamente uma coisa é o que está no papel e outra coisa é sobre não comparecer. O não comparecimento será registrado em súmula, havendo W.O, o jogo será homologado e esquece a competição. Não há previsão em regulamento para cancelar a partida.
O regulamento geral de competições tem, no artigo 19, uma previsão sobre procedimentos para adiamento, interrupção e suspensão de partida, caso haja "fato extraordinário que represente uma situação de comoção incompatível com a realização ou continuidade da partida". Mas o termo "suspensão" demanda continuidade em algum momento, pela interpretação da CBF.
Ou seja, a equipe de arbitragem deve ir a campo, aguardar o tempo protocolar necessário para verificar se há presença ou não de equipes em campo, e sacramentar o W.O. O resultado não mudará a situação da tabela do Galo nem da Chapecoense.