O presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Coronel Marinho, mantém a posição de desvalorizar as hipóteses de interferência externa na confirmação da anulação do gol - em impedimento - do Fluminense contra o Flamengo, no clássico da semana passada, pelo Brasileirão.
Na visão do chefe do apito nacional, nem o fato de o inspetor de arbitragem, Sérgio Santos, ter ido à beira do campo e falado, segundo leitura labial feita pela TV Globo, que "A TV sabe. A TV sabe que não foi" caracteriza a interferência na decisão do árbitro Sandro Meira Ricci e do assistente Emerson Augusto de Carvalho.
- Vimos jogadores, torcedores, todo mundo falou. Se o inspetor comentou alguma coisa, ali naquele momento já não valia mais nada. Os jogadores já sabiam, todo mundo já sabia. Todo mundo estava falando na hora. Conheço o assistente e sei da integridade dele - disse Coronel Marinho, nesta segunda-feira, na CBF.
O presidente da comissão de arbitragem acrescentou que nem sequer leu o relatório enviado pelo inspetor.
- Ele mandou o relatório, nem li, mas pelo que eu vi não houve nada dele comunicar o árbitro. Todo mundo já sabia, todo mundo estava falando. Era uma decisão pessoal do Emerson. E ele deu a posição dele - disse, dizendo que a "conta" caiu para o assistente:
- O Emerson quis fazer o melhor, acabou se prejudicando e prejudicando o andamento do jogo.
Para evitar mais confusões futuras, Coronel Marinho afirmou que vai reforçar a orientação para que instrutores não entrem em campo.
- O certo é ninguém invadir o campo, né. O procedimento correto é eles conversarem de forma isolada. É bom evitar qualquer tipo de aproximação nessa hora. Vamos reforçar para que não haja novamente esse tipo de coisa. Tudo isso está sendo analisado, o que foi de errado, o porquê disso tudo. Todo mundo vai aprender com o que aconteceu. Temos que aprimorar para que não se gere esse tipo de comentário, que gera desgaste para todo mundo - afirmou.
Diante das frequentes reclamações por parte dos clubes, algumas consideradas excessivas, o Coronel Marinho admitiu não estar completamente contente com o desempenho do apito nacional.
- Evidentemente eu ainda não estou satisfeito, porque coisas que não deveriam mais acontecer ainda estão acontecendo. Vamos reforçar alguns critérios, algo na parte disciplinar, coisas que não foram bem. Temos que admitir e buscar solução - disse ele, que finalizou:
- Mas todo mundo pode ter certeza que não há um trabalho para prestigiar determinado clube, nem A, nem B e nem C.