O duelo contra o Atlético-MG, no dia 29 de julho, pelo primeiro turno do Campeonato Brasileiro, no Mineirão, foi provavelmente o mais emblemático da passagem de Juan Carlos Osorio pelo São Paulo. Naquele dia, o Tricolor sofreu três gols do atacante Lucas Pratto e foi derrotado por 3 a 1, mas a superioridade em boa parte da partida contra o Galo que brigava pelo título deixou a sensação de que havia algo bom no trabalho do colombiano.
Quase quatro meses depois, no confronto de volta entre as duas equipes, nesta quinta-feira à noite, veio a confirmação. Com Osorio, agora técnico do México, nas cadeiras do Morumbi, o São Paulo foi vingador e venceu por 4 a 2. Em Minas, o Tricolor perdeu, mas jogou, foi corajoso. Na noite desta quinta-feira, conseguiu virar o placar quando teve resquícios daquilo que foi tão aplicado pelo colombiano. O torcedor são-paulino só não voltou completamente satisfeito para casa porque o resultado tirou as chances de título do Galo e confirmou o caneco para o rival Corinthians. Mas faz parte, o bom é que o time ultrapassou o Santos e voltou ao G4.
Importa é que, no geral, Osorio deve ter gostado da escalação de Milton Cruz, com quem dividiu tantas afinidades e deixou praticamente um seguidor. Um time teoricamente ofensivo, com Pato na ponta esquerda, Luis Fabiano centralizado, Ganso e Michel Bastos, mas também precavido com Hudson e Thiago Mendes. Provavelmente ficou ressabiado com Carlinhos na lateral esquerda, já que fez o camisa 6 render mais como meia ou ponta direita. Com o resultado de tudo, porém, o Profe vibrou. A cada gol do São Paulo, era festa e sorriso do colombiano na tribuna.
Não foi fácil. Começou mal. Ao invés de controlar o jogo, o São Paulo fez seu torcedor ter de controlar os nervos no primeiro tempo. Foi horroroso. O Galo, que ainda tinha um fio de esperança pela taça, resolveu tomar o mesmo rumo. Os dois goleiros acabaram trabalhando muito pouco, salvo uma investida de Pato, outra de Luis Fabiano, uma gota de suor de Pratto.
As emoções ficaram guardadas para o segundo tempo. Logo aos 11 minutos, o Galo castigou a falta de inciativa do São Paulo. O zagueiro Thiago escapou pela direita, nas costas de Carlinhos (lembra do Profe?), e cruzou para Luan, sozinho, só empurrar para as redes. Pobre Profe, cadê aquele time que joga pra frente? Mas a partir daí, na base do abafa, as duas equipes se desamarram do medo e brincaram de contragolpear.
O São Paulo respondeu com Alan Kardec, aos 23. Morumbi ignora que naquele momento o Corinthians era campeão e vai ao delírio. No minuto seguinte, Datólo coloca o Galo novamente na frente. Silêncio. Aos 29, com golaço de Michel Bastos, tudo igual. Que jogo maluco é esse, Osorio? Tem mais. Aos 40, Alan Kardec completa cruzamento de Rogério e vira o jogo. Loucura! Encerrada pelo louco Luis Fabiano, que, de pênalti, decretou a vitória.
Fica a lição. Quando foi corajoso e se dispôs a jogar, o São Paulo construiu a vitória. Milton Cruz chegou a tirar o lateral-direito Bruno para colocar Alan Kardec. A recompensa é o time de volta ao G4, com um ponto à frente do Santos. E o título do Corinthians? Azar do Atlético-MG...
FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 4 X 2 ATLÉTICO-MG
Local: Morumbi, em São Paulo (SP)
Data/Hora: 19 de novembro de 2015, às 22h
Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (RS)
Assistentes: Carlos Berkenbrock (SC) e Marcelo Barison (RS)
Gols: Luan 11'2ºT (0-1) ; Alan Kardec 23'2ºT (1-1) ; Dátolo (24'2ºT) ; Michel Bastos 29'2ºT (2-2) ; Alan Kardec 40'2ºT (3-2); Luis Fabiano (45'2ºT)
SÃO PAULO: Denis; Bruno (Alan Kardec 19'2ºT) , Rodrigo Caio, Lucão e Carlinhos (Reinaldo 44'2ºT); Thiago Mendes, Hudson e Michel Bastos; Paulo Henrique Ganso, Alexandre Pato (Rogério 19'2ºT) e Luis Fabiano. Técnico: Milton Cruz.
ATLÉTICO-MG: Victor; Marcos Rocha, Tiago, Jemerson e Patric; Leandro Donizete, Rafael Carioca e Dátolo; Luan (Carlos 33'2ºT), Giovanni Augusto e Pratto (Thiago Ribeiro 23'2ºT). Técnico: Levir Culpi.