A busca por um planejamento feito em longo prazo e estendido às categorias de base ditou a apresentação de Paulo Roberto Falcão no Sport. Em suas primeiras palavras como novo treinador do clube, o ex-jogador e ex-comentarista não escondeu sua confiança por aceitar o "desafio" de estar à frente da equipe até dezembro de 2016:
- Eu tenho convicção que o Sport vai dar condições para realizar um bom trabalho, por sua história e o trabalho que faz nas categorias de base. Já tivemos conversa alguns anos atrás, mas que só puderam se materializar este ano por compromissos que eu tive marcado antes com a Copa do Mundo.... Tudo isso fez com que eu aceitasse esse desafio que não é pequeno, mas que também não assusta.
Falcão minimizou o fato de não comandar um clube desde 2012, quando foi demitido do Bahia, a uma opção própria. O "Rei de Roma" destacou seu trabalho como comentarista na Fox Sports, e revelou que convites (seu nome foi especulado em clubes como Goiás e Palmeiras) rejeitados pela falta de planejamento ou por compromissos assumidos em outras áreas:
- Na mídia, nem tanto. Mas ficar esse tempo longe foi uma posição minha, tive alguns convites, mas nenhum me motivou. Os convites não me satisfizeram, não me motivaram, não havia planejamento. Nunca tive pressa em relação a isso. Aproveitei esse período para conversar alguns profissionais do mundo da bola que eu respeito. E essa decisão voltar tem a ver com isso: me preparei para voltar.
O técnico mostrou confiança no atual elenco, que está em 11º lugar do Brasileirão. Segundo Falcão, o dia a dia certamente trará uma convivência tranquila para buscar uma reação:
- Vou contar e preciso contar com a colaboração dos jogadores, estou no momento de muita felicidade. Conheço todos, ou quase todos de ver jogar de longe. No dia a dia o contato será mais próximo e vou conhecê-los na atividade. Preciso muito desse grupo que já mostrou qualidades.
Falcão evitou dar um panorama sobre a atual situação do Sport no Brasileiro. Aos seus olhos, a equipe tem de se preocupar inicialmente com a Copa Sul-Americana:
- O foco é na Sul-Americana, pensar no Huracán, competição diferente, eliminatória, por isso a importância de conseguir a vitória. Para isso, o tiem precisa da garra do torcedor. E depois começar a pensar no Brasileiro, sempre jogo a jogo.
Falcão minimizou a rejeição inicial de alguns torcedores do Sport à sua contratação. Segundo o técnico, isso "faz parte da democracia":
- Aprendi, evidentemente, que isso faz parte democracia, e respeito as opiniões. Comecei com a Seleção Brasileira, fizemos um trabalho possível de revelação de atletas, que tinha que ser feito. Depois, estive América (MEX), onde dei chance a atletas que se concretizaram na seleção. Trabalhei na Rede Globo como todos sabem, e estive muito atualizado sobre as coisas, sempre tive o cuidado de saber porque os treinadores faziam determinadas coisas, como jornalista é importante ouvir os dois lados da coisas. Então, me preparei. Depois quando assumi o Inter, em 2011, peguei o time no meio da competição. Depois, estive no Bahia, conquistei nesses dois times, dois regionais. Tenho muita motivação, me sinto muito preparado para isso.
Paulo Roberto Falcão comandará nesta tarde, no CT do clube, seu primeiro treino à frente da equipe, visando o confronto com o Huracán.