Especialista fala como evitar os erros nas redes sociais dos clubes

Patrícia Andrade Ladeira comenta as falhas de dirigentes das equipes profissionais, que vem dando o que falar na internet

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Foi-se o tempo onde a apuração do repórter era só ligar ou ir ao local da pauta. Atualmente, com o avanço das mídias sociais, muitas histórias e matérias surgem deste meio. Exemplo disso foram alguns casos recentes de erros de comportamento, estratégia e até de conduta nas redes sociais de alguns clubes de futebol do Rio de Janeiro nos últimos meses. Para comentar esses casos, convidamos a referência no assunto sobre mídias sociais, a jornalista especialista em mídias sociais, certificada Google e membro do Facebook Partners, Patrícia Andrade Ladeira.

O primeiro caso aconteceu na final da Copa do Brasil entre Flamengo e Cruzeiro. Após o vice-campeonato do clube carioca, o Vice-Presidente de Comunicação do clube, Antonio Tabet, tentou com uma notícia para cima, acalmar os ânimos da torcida rubro-negra com a informação que o Flamengo teria alcançado o primeiro lugar em plataforma digital entre clubes no Brasil. A torcida não digeriu a informação e o tiro saiu pela culatra.

- As mídias sociais são a maior vitrine hoje. Todo mundo está exposto ali. Por isso, antes de postar qualquer coisa - ainda mais alguém que tem uma visibilidade tão grande - deve se perguntar: a quem interessa o conteúdo que vou publicar? Esse conteúdo vai me prejudicar ou a empresa que represento? É um bom momento para isso? – explicou Patrícia.

Outro caso sem final feliz aconteceu cerca de um mês atrás com até então Vice-Presidente de Futebol do Fluminense, Fernando Veiga. Ele gravou um áudio longo em grupo de WhatsApp, onde entre outras coisas admitiu que o clube tinha dificuldades em reforçar o elenco por não ter dinheiro para pagar R$ 20 mil de salário a jogador. Este áudio vazou e chegou às mãos da imprensa que publicou a matéria. Veiga foi exonerado do cargo no dia seguinte pela exposição de um assunto estratégico do clube onde a repercussão foi muito negativa diante de seus torcedores.

- Os comunicadores são as principais armadilhas da comunicação. Hoje, tudo se grava e pode ser compartilhado. Por isso, não se deve tratar de assuntos profissionais nestes grupos. Mesmo que sejam grupos criados para isso, antes de enviar qualquer mensagem, dê uma verificada em quem são os membros e o que eles podem fazer com aquela informação – resumiu Patrícia.

Mais um caso que usamos como exemplo foi no próprio Fluminense, onde as redes sociais do clube cometeram erros sucessivos, considerados grossos e que com um simples filtro de qualidade evitaria.

- Foi-se o tempo que as redes sociais eram apenas espaços para juntar amigos. A presença digital de uma marca envolve um site e um perfil nestas mídias. E a comunicação deve estar alinhada com os outros elementos desta marca. As mídias sociais são o caminho mais fácil, rápido, barato e certeiro de chegar ao público alvo. No caso dos clubes esportivos, o torcedor usa este canal para ficar mais próximo do seu time do coração. Por isso, esta comunicação é tão importante quanto em qualquer outro canal. Além disso, a pessoa que produz o conteúdo não deve esquecer NUNCA que está ali representando uma marca e não deve falar com tom pessoal. E sim, como uma instituição ou negócio – finalizou.

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